Fechar
GP1

Política

Deputado Marcelo Castro diz que Lula foi condenado por convicção

“Estamos vivendo um momento triste da vida nacional e não gostaria de passar para história como omisso, neste momento que estamos vivendo", declarou.

O deputado federal Marcelo Castro (PMDB) usou a tribuna da Câmara Federal, nesta quinta-feira (13), para defender o ex-presidente Lula, que foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro.

“Estamos vivendo um momento triste da vida nacional e não gostaria de passar para história como omisso, neste momento que estamos vivendo. Me refiro a condenação ocorrida, ontem, do ex-presidente Lula que sem nenhuma dúvida é um dos brasileiros que tem uma das mais ricas biografias, de uma história de luta que começou com grande dificuldade, como retirante do nordeste que se torna presidente da republica”, afirmou.


  • Foto: Lucas Dias/GP1Marcelo CastroMarcelo Castro

O parlamentar criticou também o fato de, segundo ele, o ex-presidente ter sido condenado baseado apenas em convicção, sem provas: “Condenar sem provas, condenar por convicção, como um procurador tem o desplante de dizer em cadeia nacional para toda a sociedade brasileira, dizer para os juristas ouvirem, para os estudantes de direito ouvirem uma blasfêmia dessas: de que ele não tem provas, mas que ele tem convicção”, disparou.

Confira abaixo o discurso na íntegra

"Estamos vivendo um momento triste da vida nacional e não gostaria de passar para história como omisso, neste momento que estamos vivendo. Me refiro a condenação ocorrida, ontem, do ex-presidente Lula que sem nenhuma dúvida é um dos brasileiros que tem uma das mais ricas biografias, de uma história de luta que começou com grande dificuldade, como retirante do nordeste que se torna presidente da republica.

Não é um presidente a mais, mas um dos melhor presidentes que o nosso pais já teve em toda sua história.

Mas, o que me refiro aqui é sobre o caminho que a justiça do Brasil e o ministério publico do Pais estão tomando. Esse caminho, da convicção acima das provas, já esta na história como dos caminhos mais negros que a humanidade já prosseguiu.

Quem não se lembra de Torquemada? Quem não se lembra da Santa Inquisição? Quantas pessoas foram à fogueira, sem provas, mas, com absoluta convicção de que elas estavam endemoniadas e que, portanto, mereciam ir pra fogueira e de fato muitas foram.

Quantas injustiças não foram cometidas?

E, é como eu vejo este momento que nós estamos vivendo com a condenação do ex-presidente Lula, sem provas e sem fatos.

Sobre o que toda sociedade brasileira conhece sobre esse triplex? Que o lula não morou no tríplex, não comprou, não pagou, não recebeu, não registrou, não passou escritura, não está na sua declaração de imposto de renda, pelo contrário: Está na declaração de imposto de renda da OAS!

Por mais que se queira inferir, se queira fazer deduzir, que se queira fazer ilação, nós não podemos sair do leito natural do direito, que rege o mundo civilizado.

A evolução da sociedade mundial chegou a um patamar de civilização onde há o império da lei, onde há o devido processo legal, onde há, inequívoca, apresentação de provas para que se possa haver uma condenação.

Condenar sem provas, condenar por convicção, como um procurador tem o desplante de dizer em cadeia nacional para toda a sociedade brasileira, dizer para os juristas ouvirem, para os estudantes de direito ouvirem uma blasfêmia dessas: de que ele não tem provas, mas que ele tem convicção.

Convicção não é prova e condenar sem prova é um caminho que a sociedade brasileira precisa estar alerta e que nós precisamos parar com isso sob pena de cometer muitas injustiças, como eu acho que esta, nesse caso do ex-presidente Lula, foi cometida”.

Muito obrigado a todos!

Marcelo Castro
Deputado Federal
PMDB-PI

Condenação

O ex-presidente Lula foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em ação penal que envolve o caso da compra e reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo.

Também foram condenados Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS (10 anos de 8 meses de prisão) e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, ex-executivo da OAS (6 anos de prisão). Paulo Gordilho (arquiteto e ex-executivo da OAS), Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula), Fábio Hori Yonamine (ex-presidente da OAS Investimentos) e Roberto Moreira Ferreira, ligado à OAS foram absolvidos.

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.