O juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou nessa quarta-feira (06) que o deputado federal Guilherme Boulos (Psol), pré-candidato a prefeito de São Paulo, retire de suas redes sociais postagens sobre pesquisa por “manipulação gráfica”. A decisão atende a pedidos do prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes, e da também pré-candidata Tábata Amaral.
O magistrado concedeu prazo de 24 horas para Boulos cumprir a decisão e apagar as postagens do Facebook e Instagram. Em caso de descumprimento, foi determinada aplicação de multa diária de R$ 10 mil.
Na decisão, o juiz ressaltou que o porcentual citado por Boulos não consta na pesquisa. “A título de exemplo, entre os cenários de pesquisa estimulada, há (a) um que exclui ambos, Ricardo Salles e Marcos Pontes; (b) um que exclui Ricardo Salles e inclui Marcos Pontes; (c) um que inclui Ricardo Salles e exclui Marcos Pontes. Ou seja, da forma como divulgada pelo pretenso candidato, não há uma pesquisa estimulada que inclua todos aqueles constantes na publicação, como se todos aqueles houvessem competido na pesquisa entre si, gerando os percentuais ali constantes”, explicou.
Segundo o juiz os dados divulgados pelo pré-candidato estão “em desacordo com a legislação e a jurisprudência eleitoral” e que diz que houve “manipulação gráfica” porque “os tamanhos das colunas foram alterados para refletir porcentagens diferentes das reais, o que é vedado”.
Foi citado também que é proibida a "divulgação de pesquisa estimulada com suposta omissão e ou manipulação de dados referentes aos pré-candidatos”.
Entenda o caso
Boulos publicou trechos de pesquisa feita pelo Instituto Real Time Big Data para prefeito de São Paulo com o título “Boulos lidera com 34% contra qualquer bolsonarista”.
A ilustração publicada pelo pré-candidato exibia um gráfico de barras com Boulos na liderança, seguido por Nunes com 29%, Ricardo Salles (PL), com 12%, Marcos Pontes (PL), com 11%, e Padre Kelmon (PRD), com 1%. Os números foram compilados de três cenários diferentes apresentados aos entrevistados pelo instituto.
Além da imprecisão gráfica, Tabata Amaral, que aparece com terceira colocada no principal cenário de pesquisa estimulada, questionou a exclusão do seu nome na montagem apresentada na publicação.
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