O Partido Liberal (PL), de Valdemar Costa Neto, vai apostar na polarização com o Partido dos Trabalhadores (PT) na disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais deste ano.
A estratégia do PL é deixar de lado os desgastes causados pelas operações da Polícia Federal contra o pré-candidato a prefeito da capital fluminense, deputado federal Alexandre Ramagem, e o vereador Carlos Bolsonaro (atualmente no Republicanos, mas que deve migrar para o PL), que tentará a reeleição.
Carlos Bolsonaro e Ramagem foram alvos de uma operação que apura suposta espionagem ilegal feita pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), quando Ramagem era diretor da agência.
Apesar do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ser do PSD, a possibilidade de o candidato a vice-prefeito ser do PT anima os membros do PL.
Gleisi Hoffmann defende PT como vice
Na segunda-feira (29), a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, defendeu que o partido tenha candidato a vice-prefeito e afirma que a eleição no Rio é “prioritária”.
“Na minha avaliação, para Paes ter o apoio do PT no Rio na eleição municipal, o partido precisa indicar o vice”, afirmou Gleisi em entrevista ao jornal O Globo.
Até o momento, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), foram cotados como possíveis nomes do PT para a chapa de Eduardo Paes.
Estratégia
Segundo o líder do PL na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Rogério Amorim, “a população do Rio de Janeiro vai saber que de um lado tem um candidato de Jair Bolsonaro e do outro lado, um candidato do Lula”.
Ele avaliou que a polarização pode dificultar a campanha do atual prefeito. “Paes tem medo da polarização. Nos últimos seis meses, ele se aproximou do PT, levou Lula até o Complexo do Alemão. Os vereadores da sua base fizeram campanha para Lula. Quando ele viu que a polarização não deu certo, buscou tentar reverter”.
Para Amorim, a insegurança na cidade do Rio de Janeiro será um ponto mais importante na campanha municipal e isso pode prejudicar o desempenho de Paes - apesar de a segurança pública não ser de responsabilidade dos municípios, e ficar a cargo dos estados e da União.
“O Eduardo Paes está vendo sua reeleição em risco por conta do atual estado da segurança pública no Rio. Por conta disso, ele até tentou fazer discursos mais duros contra a criminalidade”, disse Amorim. Para o vereador carioca, a tentativa do chefe do Executivo municipal de se aproximar do eleitor pró-Bolsonaro não terá êxito.
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