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Economia e Negócios

China dá novos sinais de desaquecimento econômico

Impacto da atual onda de covid fez com que as vendas de moradias sofressem queda anual de 32,2%.

Dados divulgados nesta segunda-feira, 16, mostram sinais de desaquecimento econômico na China, com quedas nas vendas no varejo e na moradia e na produção industrial, refletindo os impactos da atual onda de covid-19.

As vendas no varejo na China recuaram 11,1% em abril na comparação anual de abril, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês). A produção industrial local também caiu em abril, com recuo de 2,9% na comparação anual.


As vendas de moradias na China sofreram queda anual de 32,2% no primeiro quadrimestre de 2022. O resultado mostrou piora em relação ao declínio de 25,6% observado no primeiro trimestre.

As construções iniciadas - considerando-se tanto residências quanto propriedades comerciais - recuaram 26,3% no primeiro quadrimestre ante igual período do ano passado. No primeiro trimestre, a redução havia sido menor, de 17,5%.

Já os investimentos no desenvolvimento de projetos imobiliários tiveram queda anual de 2,7% no terceiro trimestre, revertendo aumento de 0,7% visto no primeiro trimestre.

Em meio às dificuldades do setor imobiliário, o banco central chinês (PBoC) decidiu reduzir o limite mínimo de taxas de hipoteca para compradores do primeiro imóvel em até 20 pontos-base.

Ativos fixos e desemprego

O investimento em ativos fixos aumentou 6,8% no período de janeiro a abril, desacelerando em relação ao ritmo de 9,3% registrado no primeiro trimestre.

Por fim, o desemprego urbano subiu para 6,1%, um pouco abaixo da alta histórica de 6,2% registrada em fevereiro de 2020, quando a economia do país foi atingida pelos surtos iniciais de covid-19.

Órgão chinês fala em 'melhora gradual'

Embora a produção manufatureira e o consumo na China tenham caído mais do que o esperado em abril sob restrições contra a covid-19, uma autoridade do gabinete chinês diz que a segunda maior economia do mundo está se reanimando à medida que restrições contra o coronavírus são relaxadas e a capital comercial de Xangai reabre os negócios.

A atividade econômica parece estar ganhando força neste mês, levando-se em consideração o aumento da demanda por energia elétrica e o maior volume de cargas movimentado, afirmou nesta segunda-feira o chefe do Escritório Nacional de Estatísticas, Fu Linghui. Em entrevista coletiva, ele disse que cerca de metade das 9 mil maiores empresas industriais de Xangai retomaram as operações à medida que os surtos de covid-19 na maior cidade chinesa foram contidos.

"Acreditamos que a operação da economia está melhorando gradualmente", disse Fu. "O ritmo de recuperação do consumo vai acelerar, uma vez que a o impacto da epidemia esteja sob controle", acrescentou.

No domingo, 15, Xangai anunciou a reabertura gradual de supermercados, centros comerciais e restaurantes a partir desta segunda-feira.

Em abril, os efeitos da política de "tolerância zero" de Pequim contra a covid-19 foram bem claros. Na comparação anual, as vendas no varejo chinês sofreram um tombo de 11,1%, bem maior do que se previa, e a produção industrial teve uma inesperada queda de 2,9%, visto que muitas fábricas foram temporariamente fechadas.

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