As viagens comerciais ao espaço que se tornaram possíveis a partir de empresas como SpaceX, Blue Origin ou Virgin Galactic têm reservado seguidamente a atenção da imprensa e dos curiosos, muito em função de seus donos, figuras que atuavam em outros mercados e que decidiram dar uma chance ao que há além da Terra. Elon Musk, Jeff Bezos e Richard Branson, quase que de uma hora para outra, passaram a liderar a nova corrida espacial.
Uma corrida que ainda terá capítulos midiáticos nos próximos anos, a começar pelo retorno do ser humano à Lua. E quem sabe a tão desejada e longa jornada até o planeta Marte. Sem contar as constantes idas e vindas de astronautas e cosmonautas à Estação Espacial Internacional. Só que, apesar de atrair os holofotes, essas viagens representam uma pequena parte de todo o mercado espacial. O restante é praticamente invisível, mas essencial para a vida na Terra.
De acordo com a Euroconsult, os serviços de navegação e telecomunicações respondem por 51% e 41%, respectivamente, dos US$ 370 bilhões movimentados nesse setor em todo o mundo durante 2021.
E, segundo a Morgan Stanley’s Space Team, o faturamento anual no mercado espacial será superior a US$ 1 trilhão em 2040, um crescimento que foi exaustivamente debatido no SpaceBR Show, principal evento do setor na América Latina, realizado em maio deste ano, em São Paulo.
E não é à toa que existe a concentração sobre essas aplicações. Ou seria possível imaginar o mundo sem internet, smartphones ou tablets? Ou ainda pensar que um avião voltaria a navegar em função do posicionamento das estrelas ou que o entregador precisaria usar um mapa de papel para chegar com a pizza em sua casa. São atividades triviais que não existiriam se não houvesse um crescente investimento no setor espacial, especialmente por parte da iniciativa privada.
O certo é que todos os benefícios que hoje vemos com a exploração espacial só foi possível com o avanço da tecnologia que permitiu o barateamento e simplificação das operações de lançamento.
Segundo a Nasa, agência aeroespacial dos Estados Unidos, esse custo já caiu 25 vezes e a tendência é que fique ainda mais barato, especialmente com os nanossatélites, que pesam menos de 10 quilos e que permitem a qualquer startup, em qualquer lugar, entrar nesse mercado.
Ou seja, cada vez mais dependeremos do que enviamos ao espaço, não importa o tamanho que ele tenha.
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