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Ciência e Tecnologia

Elon Musk lança Grok 3 para rivalizar com ChatGPT e DeepSeek na disputa pela IA

Bilionário classificou o Grok 3 como um modelo de IA “assustadoramente inteligente”.

O bilionário Elon Musk, proprietário da SpaceX, da Tesla e da rede social X (antigo Twitter), anunciou nesta segunda-feira (17/2) o lançamento do Grok 3, a versão mais recente do chatbot de inteligência artificial (IA) desenvolvido por sua empresa xAI. A nova tecnologia surge como um concorrente direto do ChatGPT, da OpenAI, e do DeepSeek-R1, da startup chinesa DeepSeek.

Musk classificou o Grok 3 como um modelo de IA “assustadoramente inteligente” e destacou que ele conta com 10 vezes mais recursos do que sua versão anterior, lançada em agosto de 2024. “O Grok 3 tem capacidades de raciocínio muito poderosas. Nos testes que realizamos até agora, ele está superando tudo o que já foi lançado, pelo que sabemos, o que é um bom sinal”, afirmou Musk em videoconferência durante a Cúpula Mundial de Governos, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes.


Uma das principais inovações do Grok 3 é o uso de mecanismos de autocorreção que reduzem as chamadas “alucinações” – erros comuns em chatbots que os levam a apresentar informações falsas como verdadeiras. Com essa funcionalidade, a xAI busca posicionar sua tecnologia como uma alternativa mais confiável e avançada no mercado competitivo da IA generativa.

O fenômeno DeepSeek e a revolução do mercado de IA

Enquanto Musk investe no desenvolvimento do Grok 3, a DeepSeek vem se destacando com sua proposta inovadora. No final de janeiro, a startup chinesa lançou um assistente de IA gratuito baseado em chips de baixo custo e menor quantidade de dados, desafiando o modelo predominante de que a inteligência artificial exige uma vasta cadeia de suprimentos de semicondutores e data centers robustos.

O diferencial da DeepSeek está justamente na otimização do desempenho com um investimento reduzido, o que pode representar uma mudança significativa na estrutura de custos do setor. O sucesso da empresa tem sido observado de perto pelos EUA, que recentemente restringiram a exportação de semicondutores avançados para a China e impuseram limitações à venda de chips de IA da Nvidia, como uma estratégia para conter o avanço tecnológico do país asiático.

Para o professor do Insper e especialista em tecnologia Isac Costa, a DeepSeek provocou “o primeiro grande choque de realidade no mercado de IA desde o lançamento do ChatGPT”. Segundo ele, embora ainda seja cedo para falar em uma revolução, o impacto da startup chinesa já é notável. “Definitivamente, é o primeiro grande terremoto nesse mercado, fazendo com que as pessoas comecem a entender o que é necessário para que a IA se torne tão presente no nosso dia a dia quanto a eletricidade e a internet”, afirmou Costa em entrevista ao Metrópoles.

Além dos avanços técnicos, a corrida pela supremacia na inteligência artificial tem implicações geopolíticas. O desenvolvimento de tecnologias de IA é visto como um pilar estratégico para as grandes potências mundiais. “Estamos vivendo uma espécie de nova Revolução Industrial”, observa Costa. “O potencial da inteligência artificial é comparável ao da eletricidade e da internet, e sua relevância geopolítica reside no fato de que as maiores economias do mundo precisarão ter uma presença forte nesse setor. Com algum exagero, podemos afirmar que é a diferença entre um país se industrializar ou não.”

Com a ascensão da DeepSeek e o lançamento do Grok 3, o cenário da inteligência artificial se torna ainda mais competitivo, acirrando a disputa entre os gigantes da tecnologia. O que está por vir pode definir os próximos capítulos dessa revolução digital e consolidar novas lideranças globais no setor.

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