O senador Sergio Moro (União) pretende retomar uma das suas antigas pautas assim que as atividades legislativas no Congresso voltarem em fevereiro. Moro planeja enviar um projeto de lei que objetiva classificar organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) como grupos terroristas. A proposta ganhou relevância após a posse de Donald Trump, que, ao assinar um decreto nos Estados Unidos, passou a considerar cartéis de drogas internacionais como organizações terroristas, equiparando-os a grupos como Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah.
A classificação de cartéis de drogas como terroristas pode abrir precedentes para a inclusão de facções brasileiras como o PCC e o Comando Vermelho (CV). Especialistas apontam que essas facções operam de maneira semelhante aos cartéis mexicanos, desenvolvendo atividades que se alinham com práticas terroristas, como o controle de territórios e a realização de atos violentos. Embora os Estados Unidos não tenham definido quais cartéis serão incluídos na nova classificação, facções brasileiras como o PCC podem estar entre os alvos.
Nos últimos anos, o PCC tem expandido sua presença nos Estados Unidos, com membros da facção envolvidos em atividades criminosas como lavagem de dinheiro. A agenda de Trump, que inclui a deportação em massa de estrangeiros ilegais, prioriza criminosos, o que poderia impactar diretamente facções como o PCC.
Sergio Moro tem um histórico de ações contra o PCC, que incluem medidas como a transferência de líderes da facção para o sistema penitenciário federal. Durante sua gestão como ministro da Justiça, Moro também implantou a proibição de visitas íntimas nos presídios federais, uma medida que tinha como objetivo dificultar a comunicação entre líderes de organizações criminosas e membros fora das prisões. Essas ações tornaram Moro um alvo do PCC, que, em 2023, planejou sequestrar e assassinar o senador, um plano frustrado pela Polícia Federal.
Após a condenação de oito envolvidos no planejamento do ataque, Moro agradeceu nas redes sociais pelo trabalho das autoridades nas investigações. O senador destacou a continuidade da busca pelo mandante do crime, que, segundo ele, queria retaliá-lo por suas políticas de enfrentamento ao crime organizado.
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