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A Polícia Civil em foco: o delegado Moura

Artigo da lavra do desembargador Edgard Nogueira em homenagem a Edvaldo Moura.

Foto: Divulgação/Tribunal de Justiça do PiauíDesembargador Edgard Nogueira
Desembargador Edgard Nogueira

• Artigo da lavra do Desembargador Edgard Nogueira, Professor Catedrático da Universidade Federal do Piauí e ex-presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, publicado no dia 14 de dezembro de 1976, no Jornal O Estado, em homenagem a Edvaldo Pereira de Moura, que à época, assumia o cargo de delegado do 1º Distrito Policial.

Atualmente Edvaldo Moura é desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí, diretor da ESMEPI e professor da UESPI.


O policial teresinense que, hoje, mais destaque tem merecido, é o Delegado Moura, do 1º Distrito.

Já tivemos aqui alguns delegados, que criaram fama pelas suas atividades na perseguição, descoberta e prisão dos criminosos, como Delfino Vaz, Pedro Basílio e outros os quais deixaram tradição de operosidade, tenacidade e inato faro no combate ao crime.

Agora, entra para a galeria dos agentes da sociedade contra o mal, oriundo do crime, o Moura. É franzino, de estatura mediana, compleição regular, de aparência bisonha e aspecto de timidez, claro e de densos cabelos pretos, mas é um gigante na repressão criminal. De origem humilde, formado em Direito à custa de muito esforço pessoal, já deixava na Faculdade, com os seus professores, a impressão de que seria um bom policial, pela sua aplicação ao estudo da ciência penal e processual penal, fazedor de perguntas, sobre crimes e criminosos.

Titular do 1º Distrito Policial - Central - logo confirmou todos os prognósticos. Empenhou-se no exercício do cargo e tomou a peito o dever de combater os delinquentes e os delitos. Não para... Dia e noite se agita e age com a sua turma de detetives especializados. Não dá trégua aos marginais, geralmente ladrões sem entranhas e homicidas perversos. Embora culto, pouco se socorre de técnicas científicas ainda incipientes no meio. Contudo, tem um faro sobrenatural e um instinto quase infalível que o levam a desvendar crimes misteriosos assaltos nas caladas da noite e homicídios sem testemunhas. É um detetive nato, um farejador de nascença de bandidos. Crime sob sua investigação, é crime descoberto e autor na cadeia. É claro que está sempre nas ‘manchetes’. E não há crime de importância, para descoberta do qual, não seja chamado. E, por isso, vem contribuindo com 50% para a população carcerária da penitenciária local.

Um policial como este, com uma atividade como esta e com um teor de eficiência como o que apresenta, é claro que tem inimigos e opositores.

Mas, ao fim e ao cabo de contas, o seu saldo de atuação é extremamente positivo e é aceito e elogiado pelo setor maior da opinião pública, infensa ao facinorismo e à criminalidade.

O Moura, meu ex-aluno da FUFPI e incorrigível perguntador, na sua ânsia incontida de aprender e saber, bem pode hoje ser apontado com o parâmetro melhor para todos os que pretendem ingressar na misteriosa carreira policial.

Na sua pessoa franzina, estão concentrados o faro, a intuição, a obstinação e a honradez, que fazem um bom delegado.

Sim, meus senhores, quem dera a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, a felicidade de abrigar no seu seio, mais alguns delegados tipo Moura. Só assim, poderíamos dormir tranquilos, porque haveria quem indormidamente, velasse por nós, dando-nos garantia, confiança e seguridade.

Desta forma, no instante em que as polícias de muitos Estados se encontram sob o crivo da opinião nacional, pela sua indisciplina, crimes bárbaros e corrupções, corre o dever de, com as modestas observações acima, fazer uma homenagem a Edvaldo Moura, que pode servir como exemplo raro dos que, na polícia, executam um trabalho árduo, mas imprescindível à segurança e bem estar sociais, sem o que não haverá paz e progresso para os que constroem o futuro deste Brasil gigante.

Desembargador Edgard Nogueira

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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