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Zé da Cruz *

Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Zé da Cruz(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Zé da Cruz

Eu não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dente esperando a morte chegar. Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter uma opinião formada sobre tudo, resumindo: eu não sou baú, e vamos que vamos!! Queridos, cheguei!!! Sei que vocês “não é a mamãe”, mas vão ter que me engolir.

Não posso me calar diante do caos em que está o Piauí, um Estado que deveria ser modelo. É vergonhoso como o são “molim” trata seu povo, começando pelos municípios e a vergonhosa e imoral indústria da seca que se arrasta por séculos e séculos sem fim, amém! o carro pipa e a cesta básica são os maiores investimentos que os governos fazem para resolver o problema. Atentai bem para as mais de mil vitimas de Algodões, desse total não chega nem a duzentos o número das que recebem uma merreca, uma esmola com nome de beneficio. É mole que nem bole.

Falando em sofrimento, esses dias fui a um hospital público no Promorar acometido de uma simples dor de dente que me preocupou muito. Fiquei cerca de uma hora deitado no corredor esperando a boa vontade da médica, mesmo tendo apenas eu para ser atendido. A dita cuja até que me tratou bem, me receitou um medicamento para comprar e uma injeção, é obvio, para tomar no hospital. Foi aí que o bicho pegou como diz seu Barbosinha, e é onde eu tô querendo chegar. Meu amigo, saí do céu direto para o inferno. De repente, me vi num HUT de médio porte, santa misericórdia, Batman!!! Menino, eu vi alma de bigode. Era fila por tudo quanto era lado: para fazer a ficha padrão, para ser atendido pelo médico e para tomar a bendita ou maldita supracitada. Me deu calafrios.

Quando entrei na sala, depois de esperar horas na fila para tomar a injeção, me deparei com três funcionários trabalhando em ritmo industrial. Fiquei traumatizado com a situação daqueles pobres, com minha visão panorâmica vi o quanto é cruel você padecer de uma maleita e depender da saúde pública. A grande maioria por essas bandas onde me escondo só tem plano funerário, porque o plano de saúde para se manter vivo é caro demais da conta, e quanto mais velho se fica mais o custo é alto. O plano funeral é baratinho e o cara ainda ganha o café, anúncio no rádio e lista de presença.

Assim o povo segue amargando nas filas para consultas e exames, enquanto isso na sala de injustiça da saúde piauiense, leitos com “bafo”e UTI em clinicas particulares e hospitais públicos do estado, aguardam quem tem o vento e pode pagar pelos serviços médicos como os deputados, vereadores, senadores, secretários, empresários e o diabo a quatro. O povo, como diz o mano Brau, segue sem palavras, coitado dele!!!!

Esse ano os bicho, que querem e que são vereadores em Teresina, andam tudo doido atrás de votos, nos seus carros possantes e de luxo para pegar os bestas que não estão mais tão bestas assim, porque não se pode negar que houve uma melhora significativa na qualidade de vida das pessoas. Elas estão muito melhor alimentadas, remuneradas e o mais importante: estão melhor informadas e tem como avaliar a qualidade do seu voto e da escolha que vão fazer, e não se deixar enganar por esses políticos do interior ou da cidade, que pelo fato de ter um cargo executivo ou parlamentar e tratar a coisa pública como se fosse deles e não do coletivo, querem transformar tudo em favor e não em obrigação, para consequentemente levar garroteado para urna, o eleitor incauto e transformar o voto no famoso voto de cabresto.

Esses dias vi uma vereadora “chinfrim” que se diz de um partido de esquerda, dizer que precisa correr para trabalhar por Teresina, aí eu pergunto: e nos anos que passaram ela estava amarrada? Me engana que eu não gosto e desgosto. Ah, antes que eu esqueça ao invés das autoridades mandarem apenas o RONE para as comunidades da periferia, por que não mandam também cursos profissionalizantes para gerar emprego e renda dando dignidade a nossa juventude para que os jovens não tenham como única opção somente o crime e o trafico?

* Zé da Cruz é poeta e líder comunitário


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