*Deusval Lacerda de Moraes
A pessoa humana para viver com decência, honradez e cidadania precisa cultivar algumas princípios consubstanciadas na moral, na ética, na religião, nos bons costumes e no ordenamento legal que formam o conjunto de valores da sociedade. E esses valores são fundamentais no dia a dia de qualquer individuo como parâmetro norteador dos seus atos durante toda a existência. A pessoa humana se depara na vida com as mais variadas situações como também se interrelaciona com pessoas ou grupos de pessoas que se apresentam com uma infinidade de idéias, pensamentos, fatos, ou seja, com uma gama de informações que define o padrão sócio-cultural de um povo. Por isso, é essencial que, nesse turbilhão de decisões, se aja em conexão e harmonia com os fatos e com as idéias. Isto se denomina coerência.
A coerência é essencial na vida das pessoas para não falsearem a verdade nem agirem de forma abjeta, atrabiliária, inconseqüente, desprovida de logicidade, mas lastreadas sempre em normas valorativas que dignificam os atos da pessoa e elevem as atitudes do indivíduo. O discurso e a ação devem caminhar sempre juntos e um é o complemento do outro. Não é prudente desassociá-los, sob pena do discurso se tornar inócuo, vão, irrealizável, e a ação se tornar infrutífera por ser inapropriada. E assim o ser humano percorre a sua trajetória. Uns, supervalorizam demais esse fato e, como se observa através das gerações, perenizam a sua existência como exemplos a serem seguidos. Outros, contrariamente, desprezam completamente essa condição, mas as suas passagens terrenas jamais serão lembradas.
Cada um possui o livre arbítrio para traçar o que fará da vida. Ocorre que alguns querem chegar onde jamais poderiam. Outros querem ser o que não têm condições para tanto. Assim, muitos seguem as suas caminhadas de forma não muito republicana. E por aí vão. Acontece que na esperança de galgarem espaços que muitas vezes já estão preenchidos, alguns não levam em conta esses valores consolidados e para atingirem certo pedestal desrespeitam frontalmente o atributo da coerência. Aí só pioram as coisas, porque assim agem como arrivistas, aplicam a “Lei de Gérson” (aquela do sujeito levar vantagem em tudo), querem se apoderar do que não é seu, tomam o lugar dos outros sem o devido mérito, enfim, contribuem apenas para desconstituir a valoratividade da sociedade escamoteando o processo civilizatório.
Na política não é diferente. Neste campo, as pessoas envolvidas devem ser ainda mais coerentes. Porque possuem a função precípua de representar os segmentos da sociedade que lhes aprovam. Por isso a responsabilidade é maior. Seus atos, gestos, atitudes, ações, repercutem sobre todas as pessoas, e não somente sobre si mesmo. Todo passo dado pelos políticos deveria ser obrigatoriamente dentro dos regramentos sociais já sedimentados para não comprometerem a coletividade. Assim, mais do que ninguém, os políticos devem ser visceralmente coerentes: coerentes com o seu partido, com a sua ideologia, com os segmentos sociais que representam, com os seus eleitores, com a defesa do povo em geral, com a lisura no cumprimento dos mandatos e, acima de tudo, na gestão pública executiva.
No que se refere propriamente às articulações político-partidárias para compor as coligações visando os pleitos eleitorais, aí os políticos deveriam esbanjar a coerência. Porque eleições pressupõem governança. E governar é o ponto culminante, é complexo, não é para qualquer um. Exemplos de fanfarrões, bonachões, enganadores, impostores, inábeis, infiéis, inconfiáveis, incompetentes, farsantes, enfim, dos que chegaram oportunisticamente ao poder e foram pródigos em incoerências, são muitos. Nem é bom lembrar, para não causar náuseas. Assim, os papéis não podem ser invertidos. E 2012 é ano de eleições municipais, portanto os políticos devem manter a coerência na formação das alianças partidárias não permitindo a promiscuidade com ultrapassados, testados e reprovados ou usurpadores do poder em nome apenas de ganhar o poder pelo poder por serem prejudiciais ao povo. Quem age assim deixa um péssimo legado para todos.
*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
A pessoa humana para viver com decência, honradez e cidadania precisa cultivar algumas princípios consubstanciadas na moral, na ética, na religião, nos bons costumes e no ordenamento legal que formam o conjunto de valores da sociedade. E esses valores são fundamentais no dia a dia de qualquer individuo como parâmetro norteador dos seus atos durante toda a existência. A pessoa humana se depara na vida com as mais variadas situações como também se interrelaciona com pessoas ou grupos de pessoas que se apresentam com uma infinidade de idéias, pensamentos, fatos, ou seja, com uma gama de informações que define o padrão sócio-cultural de um povo. Por isso, é essencial que, nesse turbilhão de decisões, se aja em conexão e harmonia com os fatos e com as idéias. Isto se denomina coerência.
A coerência é essencial na vida das pessoas para não falsearem a verdade nem agirem de forma abjeta, atrabiliária, inconseqüente, desprovida de logicidade, mas lastreadas sempre em normas valorativas que dignificam os atos da pessoa e elevem as atitudes do indivíduo. O discurso e a ação devem caminhar sempre juntos e um é o complemento do outro. Não é prudente desassociá-los, sob pena do discurso se tornar inócuo, vão, irrealizável, e a ação se tornar infrutífera por ser inapropriada. E assim o ser humano percorre a sua trajetória. Uns, supervalorizam demais esse fato e, como se observa através das gerações, perenizam a sua existência como exemplos a serem seguidos. Outros, contrariamente, desprezam completamente essa condição, mas as suas passagens terrenas jamais serão lembradas.
Cada um possui o livre arbítrio para traçar o que fará da vida. Ocorre que alguns querem chegar onde jamais poderiam. Outros querem ser o que não têm condições para tanto. Assim, muitos seguem as suas caminhadas de forma não muito republicana. E por aí vão. Acontece que na esperança de galgarem espaços que muitas vezes já estão preenchidos, alguns não levam em conta esses valores consolidados e para atingirem certo pedestal desrespeitam frontalmente o atributo da coerência. Aí só pioram as coisas, porque assim agem como arrivistas, aplicam a “Lei de Gérson” (aquela do sujeito levar vantagem em tudo), querem se apoderar do que não é seu, tomam o lugar dos outros sem o devido mérito, enfim, contribuem apenas para desconstituir a valoratividade da sociedade escamoteando o processo civilizatório.
Na política não é diferente. Neste campo, as pessoas envolvidas devem ser ainda mais coerentes. Porque possuem a função precípua de representar os segmentos da sociedade que lhes aprovam. Por isso a responsabilidade é maior. Seus atos, gestos, atitudes, ações, repercutem sobre todas as pessoas, e não somente sobre si mesmo. Todo passo dado pelos políticos deveria ser obrigatoriamente dentro dos regramentos sociais já sedimentados para não comprometerem a coletividade. Assim, mais do que ninguém, os políticos devem ser visceralmente coerentes: coerentes com o seu partido, com a sua ideologia, com os segmentos sociais que representam, com os seus eleitores, com a defesa do povo em geral, com a lisura no cumprimento dos mandatos e, acima de tudo, na gestão pública executiva.
No que se refere propriamente às articulações político-partidárias para compor as coligações visando os pleitos eleitorais, aí os políticos deveriam esbanjar a coerência. Porque eleições pressupõem governança. E governar é o ponto culminante, é complexo, não é para qualquer um. Exemplos de fanfarrões, bonachões, enganadores, impostores, inábeis, infiéis, inconfiáveis, incompetentes, farsantes, enfim, dos que chegaram oportunisticamente ao poder e foram pródigos em incoerências, são muitos. Nem é bom lembrar, para não causar náuseas. Assim, os papéis não podem ser invertidos. E 2012 é ano de eleições municipais, portanto os políticos devem manter a coerência na formação das alianças partidárias não permitindo a promiscuidade com ultrapassados, testados e reprovados ou usurpadores do poder em nome apenas de ganhar o poder pelo poder por serem prejudiciais ao povo. Quem age assim deixa um péssimo legado para todos.
*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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