Caía a noite de sábado quando nos despedimos do colega, amigo e companheiro Carlos Augusto. À beira de sua sepultura, o jornalista Tomaz Teixeira fez, entre lágrimas e soluços, um discurso fúnebre comovente, que traduzia o nosso sentimento ante a perda daquele que era o decano da crônica política do Piauí.
Os dois - Carlos e Tomaz - começaram na imprensa na mesma época, quando ainda eram muitos jovens. "E entramos no jornalismo, e fizemos jornalismo a vida toda, não foi por dinheiro, não. Foi por idealismo", ressaltou. Mais tarde, a dupla formaria com outros dois destacados profissionais da comunicação - Francisco Figueiredo e Deoclécio Dantas - o quarteto mais festejado do radiojornalismo piauiense até hoje.
Os quatro viraram políticos. Todos chegaram à Assembléia Legislativa pela força do rádio, pela força de sua voz. Hoje, conhecendo mais profundamente a realidade da imprensa do Piauí como conheço, compreendo que estes "quatro mosqueteiros" buscaram o parlamento não por ambição política, mas para fazer com que sua voz continuasse sendo ouvida quando os poderosos quiseram que elas fossem caladas.
No Piauí, o jornalista ou o veículo de comunicação que mexe com o poder, que incomoda as elites, que provoca azia nos governantes, está condenado a comer o pão que o diabo amassou. Ninguém aceita tamanha petulância! Já os que se portam e se comportam docilmente estão convidados para o banquete do poder.
Faço estas reflexões a propósito do adeus daquele que mais soube resistir à lei da mordaça, o jornalista Carlos Augusto. Ora no governo, ora na oposição, como político, o jornalista era o mesmo - sempre destemido e defensor da liberdade de imprensa. Incontáveis vezes foi censurado. Incontáveis vezes foi demitido, muitas delas de forma humilhante. Nunca desanimou. Nem guardou mágoas.
O espírito de luta de Carlos Augusto, meu amigo, meu mestre, vive em alguns poucos, mas espero que contagie as novas e futuras gerações de jornalistas e de políticos, a fim de que possam fazer mais e melhor do que estamos fazendo. O jornalismo terá muito a ganhar. A cidadania também. Jornalista que não ousa, por que ousa ser jornalista?
*Zózimo Tavares é editor-chefe do jornal Diário do Povo
Os dois - Carlos e Tomaz - começaram na imprensa na mesma época, quando ainda eram muitos jovens. "E entramos no jornalismo, e fizemos jornalismo a vida toda, não foi por dinheiro, não. Foi por idealismo", ressaltou. Mais tarde, a dupla formaria com outros dois destacados profissionais da comunicação - Francisco Figueiredo e Deoclécio Dantas - o quarteto mais festejado do radiojornalismo piauiense até hoje.
Os quatro viraram políticos. Todos chegaram à Assembléia Legislativa pela força do rádio, pela força de sua voz. Hoje, conhecendo mais profundamente a realidade da imprensa do Piauí como conheço, compreendo que estes "quatro mosqueteiros" buscaram o parlamento não por ambição política, mas para fazer com que sua voz continuasse sendo ouvida quando os poderosos quiseram que elas fossem caladas.
No Piauí, o jornalista ou o veículo de comunicação que mexe com o poder, que incomoda as elites, que provoca azia nos governantes, está condenado a comer o pão que o diabo amassou. Ninguém aceita tamanha petulância! Já os que se portam e se comportam docilmente estão convidados para o banquete do poder.
Faço estas reflexões a propósito do adeus daquele que mais soube resistir à lei da mordaça, o jornalista Carlos Augusto. Ora no governo, ora na oposição, como político, o jornalista era o mesmo - sempre destemido e defensor da liberdade de imprensa. Incontáveis vezes foi censurado. Incontáveis vezes foi demitido, muitas delas de forma humilhante. Nunca desanimou. Nem guardou mágoas.
O espírito de luta de Carlos Augusto, meu amigo, meu mestre, vive em alguns poucos, mas espero que contagie as novas e futuras gerações de jornalistas e de políticos, a fim de que possam fazer mais e melhor do que estamos fazendo. O jornalismo terá muito a ganhar. A cidadania também. Jornalista que não ousa, por que ousa ser jornalista?
*Zózimo Tavares é editor-chefe do jornal Diário do Povo
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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