*Juan Quirós
A Copa do Mundo da África do Sul resgata a Pátria de Chuteiras no cotidiano dos brasileiros Porém, a justificada euforia ante a expectativa do hexacampeonato não pode empanar a consciência de que, conforme alerta feito pela própria Fifa, estamos atrasados na agenda de uma competição ainda mais importante para o País: a Copa do Mundo de 2014, cuja realização no Brasil deve resultar em avanços significativos na infraestrutura.
Para que isso ocorra, é premente que os setores público e privado assumam suas responsabilidades. O Estado terá papel preponderante na viabilização das obras, pois boa parte delas será financiada com seus recursos. Estamos, sem dúvida, diante de excelentes perspectivas para o desenvolvimento de esforço conjunto entre os governos federal, estaduais e municipais, empresários, clubes de futebol e federações, com foco na construção, recuperação e modernização de rodovias, ferrovias, aeroportos, hotéis, logradouros urbanos e arenas esportivas. A Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, compõem um fator de estímulo aos investimentos nessas áreas e conferem ao País prestígio e credibilidade no cenário internacional.
Por outro lado, não basta cumprir os prazos e executar o expressivo volume de empreendimentos previstos. É importante, também, que os grandes eventos suscitem mudança cultural do mercado na direção das construções sustentáveis, essenciais na luta pela salubridade do habitat e contra as mudanças climáticas. É imprescindível, portanto, atender à expectativa de que os novos estádios e obras de mobilidade urbana respondam às demandas da preservação do meio ambiente, consolidando essa tendência também na execução de obras comerciais e residenciais, compensando integralmente as emissões de carbono. É preciso ter sempre em mente a ameaça das mudanças climáticas e a contribuição de cada setor produtivo para mitigar o risco.
São imensos os benefícios dos chamados empreendimentos verdes quanto à qualidade da vida de seus ocupantes, pureza do ar, luminosidade, temperatura e sequestro de carbono. Neste contexto, são cinco suas principais características: a eficiência na prevenção e redução da degradação ambiental na atividade construtiva, em especial no controle da erosão e sedimentação do solo; o uso de tecnologias para o controle do desperdício de água potável e preservação dos lençóis freáticos; utilização de sistemas elétricos capazes de reduzir o consumo de energia; o desenvolvimento de atividades para armazenagem e coleta de resíduos recicláveis; e o uso de sistemas de climatização voltados ao controle ambiental do ar interno.
Para que uma construção seja adequada ao tripé do conceito mais avançado de sustentabilidade (ser ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável), deve atender às normas LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), mundialmente aceitas e reconhecidas no Brasil. Sua certificação é feita pelo United States Green Building Council (USGBC), que tem um conselho encarregado de suas adaptações em nosso país.
É fundamental que haja uma inversão cultural do mercado, no sentido de se perceberem as vantagens e ganhos econômicos proporcionados por um empreendimento verde. No Brasil, construções industriais e comerciais estão mais avançadas no contexto dessa nova concepção arquitetônica. A ideia é que esses empreendimentos tornem-se, paulatinamente, um padrão da construção civil. Os ganhos são muito relevantes: redução de 39% na emissão de dióxido de carbono, 40% do consumo de água potável e até 50% de energia elétrica e 70% dos resíduos sólidos.
Felizmente, a comunidade empresarial brasileira está muito consciente com relação à necessidade de se realizarem obras enquadradas no conceito de projeto sustentável. No entanto, a partir do momento em que a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 passarem a semear canteiros de obras em todo o País, é imprescindível articulação entre os atores econômicos e sociais para a consolidação do modelo “verde”.
Considerando que o Brasil tem posição estratégica quanto à produção de alimentos e de energia renovável, detém a mais abundante reserva hídrica e possui a maior biodiversidade do Planeta, as construções ecologicamente corretas lhe garantiriam o título mundial da sustentabilidade.
*Juan Quirós é presidente do Grupo Advento e vice da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).
A Copa do Mundo da África do Sul resgata a Pátria de Chuteiras no cotidiano dos brasileiros Porém, a justificada euforia ante a expectativa do hexacampeonato não pode empanar a consciência de que, conforme alerta feito pela própria Fifa, estamos atrasados na agenda de uma competição ainda mais importante para o País: a Copa do Mundo de 2014, cuja realização no Brasil deve resultar em avanços significativos na infraestrutura.
Para que isso ocorra, é premente que os setores público e privado assumam suas responsabilidades. O Estado terá papel preponderante na viabilização das obras, pois boa parte delas será financiada com seus recursos. Estamos, sem dúvida, diante de excelentes perspectivas para o desenvolvimento de esforço conjunto entre os governos federal, estaduais e municipais, empresários, clubes de futebol e federações, com foco na construção, recuperação e modernização de rodovias, ferrovias, aeroportos, hotéis, logradouros urbanos e arenas esportivas. A Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, compõem um fator de estímulo aos investimentos nessas áreas e conferem ao País prestígio e credibilidade no cenário internacional.
Por outro lado, não basta cumprir os prazos e executar o expressivo volume de empreendimentos previstos. É importante, também, que os grandes eventos suscitem mudança cultural do mercado na direção das construções sustentáveis, essenciais na luta pela salubridade do habitat e contra as mudanças climáticas. É imprescindível, portanto, atender à expectativa de que os novos estádios e obras de mobilidade urbana respondam às demandas da preservação do meio ambiente, consolidando essa tendência também na execução de obras comerciais e residenciais, compensando integralmente as emissões de carbono. É preciso ter sempre em mente a ameaça das mudanças climáticas e a contribuição de cada setor produtivo para mitigar o risco.
São imensos os benefícios dos chamados empreendimentos verdes quanto à qualidade da vida de seus ocupantes, pureza do ar, luminosidade, temperatura e sequestro de carbono. Neste contexto, são cinco suas principais características: a eficiência na prevenção e redução da degradação ambiental na atividade construtiva, em especial no controle da erosão e sedimentação do solo; o uso de tecnologias para o controle do desperdício de água potável e preservação dos lençóis freáticos; utilização de sistemas elétricos capazes de reduzir o consumo de energia; o desenvolvimento de atividades para armazenagem e coleta de resíduos recicláveis; e o uso de sistemas de climatização voltados ao controle ambiental do ar interno.
Para que uma construção seja adequada ao tripé do conceito mais avançado de sustentabilidade (ser ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável), deve atender às normas LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), mundialmente aceitas e reconhecidas no Brasil. Sua certificação é feita pelo United States Green Building Council (USGBC), que tem um conselho encarregado de suas adaptações em nosso país.
É fundamental que haja uma inversão cultural do mercado, no sentido de se perceberem as vantagens e ganhos econômicos proporcionados por um empreendimento verde. No Brasil, construções industriais e comerciais estão mais avançadas no contexto dessa nova concepção arquitetônica. A ideia é que esses empreendimentos tornem-se, paulatinamente, um padrão da construção civil. Os ganhos são muito relevantes: redução de 39% na emissão de dióxido de carbono, 40% do consumo de água potável e até 50% de energia elétrica e 70% dos resíduos sólidos.
Felizmente, a comunidade empresarial brasileira está muito consciente com relação à necessidade de se realizarem obras enquadradas no conceito de projeto sustentável. No entanto, a partir do momento em que a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 passarem a semear canteiros de obras em todo o País, é imprescindível articulação entre os atores econômicos e sociais para a consolidação do modelo “verde”.
Considerando que o Brasil tem posição estratégica quanto à produção de alimentos e de energia renovável, detém a mais abundante reserva hídrica e possui a maior biodiversidade do Planeta, as construções ecologicamente corretas lhe garantiriam o título mundial da sustentabilidade.
*Juan Quirós é presidente do Grupo Advento e vice da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e da ABDIB (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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