Conforme pesquisa da corretora carioca Mar Asset Management, os evangélicos serão 36% da população até 2026. Desde 2010, foram registrados, em média, cerca de 5 mil novas aberturas de templos por ano. Os templos evangélicos são, em geral, menores do que as igrejas católicas. Isso explica porque há um número tão maior desses templos em comparação com outras religiões.
Esses dados revelam a relação entre o declínio do catolicismo e o crescimento dos evangélicos, indicando que 75% das pessoas que deixaram o catolicismo passaram a integrar igrejas evangélicas. Dentre as razões para a conversão, estão o estilo do culto (68%), a maior ênfase na moralidade (61%), o fato de terem encontrado uma igreja que oferece mais suporte aos membros (62%) e o desejo de um futuro financeiro melhor (21%).
As pautas sociais dos evangélicos incluem a defesa dos aspectos sociais da família, a oposição ao aborto, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, ao divórcio e ao consumo de álcool. 83% dos evangélicos consideram o comportamento homossexual moralmente errado, frente a 56% dos católicos. Além disso, 66% dos evangélicos se opõem à legalização do casamento homoafetivo, contra 43% dos católicos.
Mais de 80% de ambos os grupos rejeitaram o aborto moralmente, mas 84% dos evangélicos defendem sua ilegalidade em quase todos os casos. Os evangélicos também apresentam posições mais rígidas dos católicos sobre sexo fora do casamento, índices e consumo de álcool.
Existe uma relação robusta entre a presença das igrejas evangélicas e o perfil de votação. A religião exerce uma influência significativa na política, especialmente entre os evangélicos. Esse grupo mostra maior predisposição para considerar a opinião de seus líderes religiosos e os valores de fé ao tomar decisões de voto nas urnas e, dentro do Congresso, ao reforçar medidas legislativas.
Seguem alguns dados que chamaram atenção na pesquisa:
Costuma levar em consideração a opinião de líderes de sua igreja que fazem campanhas para políticos: Católicos 10% | Evangélicos 23%.
Os valores religiosos devem ter muita/pouca influência nas decisões políticas do país: Católicos 46% | Evangélicos 55%.
A igreja que você frequenta possui ensinamentos ou recomendações sobre dar preferência a pessoas religiosas nas eleições para cargas públicas: Católicos 14% | Evangélicos 31%.
Como disse no início do artigo, a proporção de evangélicos para 2026 é de 36%, sendo: Centro-Oeste 43%, Nordeste 29%, Norte 48%, Sudeste 38%. Os estados com maior proporção estimada para 2026 são Amazonas e Rondônia, com 58%, e os menores em proporção são Sergipe com 19% e Piauí com 17%.
A influência política dos evangélicos cresce a cada ano em grupos sociais mais relevantes na definição do Brasil.
José Trabulo Júnior - Publicitário, criador da X Conexões Estratégicas.
E-mail: [email protected]
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
Ver todos os comentários | 0 |