Tive o privilégio de comandar a comunicação publicitária durante parte da primeira gestão de Ricardo Nunes na Prefeitura de São Paulo (veja material no meu Instagram: @trabulojr). Agora, vou compartilhar o passo a passo de um planejamento que transformou a imagem da prefeitura.
O primeiro passo foi conversar com todas as secretarias, entendendo suas entregas e seus planejamentos. Com essas informações, montamos um plano anual que incluiu campanhas mensais em diferentes mídias: TV, rádio, portais,out of home e redes sociais.
Quando começamos, as redes sociais da prefeitura apresentavam um índice de sentimento negativo superior a 70%. Conseguimos reverter esse cenário, mudando a percepção para um viés positivo. Para isso, utilizamos mídia programática e tráfego pago, direcionando nossas campanhas para as regiões que mais se beneficiavam das ações da prefeitura.
Identificamos que o canal de comunicação nas redes sociais não estava gerando retorno efetivo da população. Assim, criamos um novo modelo de interação: todas as mensagens recebidas eram encaminhadas para os responsáveis de cada secretaria. Eles tinham até 12 horas para fornecer uma resposta, que era então publicada em nossas redes. Isso não apenas aumentou a interação, mas também proporcionou um feedback ágil e transparente à população.
A partir disso, passamos a nos comunicar diretamente com as diversas "tribos" de São Paulo, abordando desde soluções da prefeitura até dicas de turismo e vida saudável.
Uma ação interessante foi a criação de um canal de comunicação interno com todos os servidores da prefeitura. Antes de qualquer material ser divulgado, compartilhávamos com eles, o que gerou ainda mais engajamento. Iniciamos uma série de vídeos com técnicos da prefeitura respondendo às demandas da população, dando dicas de saúde e até garis mostrando o seu trabalho e pedindo a colaboração da comunidade.
Esse contato direto com os servidores elevou a autoestima da equipe e fortaleceu a relação com a população. Além disso, conseguimos destacar cases de sucesso em diferentes setores, como agentes comunitários participando de festas de aniversário dos pacientes e professores sendo homenageados por seus esforços.
Aos poucos, fomos nos libertando da linguagem formal típica da prefeitura. Chegamos até a entrar em brincadeiras: quando o técnico do Flamengo, Vítor Pereira, foi demitido, sugerimos, de forma bem-humorada, que ele buscasse o CATE (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo) — um serviço da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho que incentiva as pessoas a aperfeiçoarem suas habilidades para conquistar um emprego ou colocar uma ideia em prática, alinhando-se às vocações econômicas da cidade.
Foi uma jornada de transformação para a prefeitura. Adotamos uma linguagem mais simples, humanizando as conexões e aproximando ainda mais a gestão pública da população, que todas as prefeituras devem adotar.
José Trabulo Júnior - Publicitário, criador da X Conexões Estratégicas.
E-mail: [email protected]
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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