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Xadrez Político

O eleitor, muitas vezes, vota no azarão não por querê-lo, mas por desejar a derrota do adversário.

Quando um azarão vence uma eleição, na maioria das vezes, não foi ele quem ganhou — foi o adversário, considerado imbatível, que perdeu.

Explico melhor: o eleitor, muitas vezes, vota no azarão não por querê-lo, mas por desejar a derrota do adversário. Esse sentimento é mais comum na política do que se imagina. No Piauí, já presenciamos isso inúmeras vezes — basta recorrer à memória.


Existe na política o "fogo de monturo" — uma insatisfação latente que a classe dominante não manifesta abertamente para preservar o status quo. Trata-se de um descontentamento intenso, alimentado principalmente pelo egoísmo ou prepotência do gestor.

Porém, quando alguém que atrai a atenção puxa para si o contraponto da insatisfação, o efeito é demolidor — como a Alemanha que aplicou um 7x1.

O que define uma eleição majoritária é o sentimento do eleitor e a conexão genuína que o político estabelece com ele. Lembro-me de casos emblemáticos envolvendo figuras como o Blocão (referência clara ao cenário local).

Não subestimemos a inteligência do eleitor: ele percebe quando um "Frankenstein político" é montado para disputar uma eleição. Onde está a coerência?

Hoje, o Brasil está dividido em três terços: um à esquerda, um à direita e outro no centro. As eleições municipais demonstraram que quem dialogou com o centro e um dos polos ideológicos saiu em vantagem.

Na era das redes sociais, o eleitor exige mais do que promessas: ele quer acompanhar o cotidiano do político, entender seus pensamentos, ações e até sua vida familiar. No fim das contas, o eleitor é um juiz implacável — condena ou concede a vitória.

Por isso, todo político precisa construir uma marca sólida, um discurso coerente, além de apresentar suas realizações de forma transparente. Como fazer isso? Como gerar engajamento? Como conquistar corações? A resposta está em uma estratégia integrada: online, offline e bem articulada no horário eleitoral gratuito.

Uma certeza permanece: a eleição só será decidida no dia da votação. A corrida é uma ultramaratona, e o julgamento ocorre diariamente. Apenas os resilientes e corajosos suportam essa adrenalina

José Trabulo Júnior - Publicitário, criador da X Conexões  Estratégicas.

E-mail: [email protected]

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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