A internet móvel de quinta geração (5G) será ativada na cidade de São Paulo na quinta-feira, 4, nove anos depois da chegada da tecnologia antecessora, o 4G. Este será um marco para a capital paulista, que passará a contar com uma rede mais rápida para o tráfego de dados, permitindo o surgimento de novos aplicativos e serviços. A informação foi antecipada para o Estadão/Broadcast pelo conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) Moisés Queiróz Moreira, que preside o grupo responsável pela limpeza da faixa por onde vão transitar os sinais de internet.
Queiróz vai convocar para amanhã uma reunião extraordinária do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz (Gaispi). Na ocasião, a liberação do sinal de 5G será formalizada.
A faixa por onde vai transitar o 5G hoje é ocupada pelo sinal de TV por antenas parabólicas. O processo de limpeza, conduzido pelo Gaispi, consiste em migrar o sinal das parabólicas da banda C para a banda KU.
Técnicos passaram os últimos dias nas ruas instalando filtros nos equipamentos e testando se esse “desvio” no sinal funciona corretamente. Com tudo pronto, a Anatel dará o sinal verde para as operadoras ligarem suas antenas do 5G.
A cidade de São Paulo será a quinta do País a contar com a nova tecnologia de internet móvel. A primeira foi Brasília, no dia 6 de julho, seguida por Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa, todas no dia 29. Goiânia, Salvador, Curitiba e Rio de Janeiro também já passam pela instalação dos filtros e serão as próximas a receber o 5G, porém ainda sem data definida.
Disseminação rápida
A expectativa é de que a cobertura 5G cresça rapidamente em São Paulo, segundo Moreira. “As operadoras estão colocando quase o dobro das antenas exigidas pela Anatel nessa fase inicial. Isso é um indicativo de que a competição está alta e elas têm a intenção de ampliar a cobertura o mais rápido possível”, afirmou.
Pelas regras do edital que balizou o leilão de licenças para o 5G, as teles têm de instalar uma antena a cada 100 mil habitantes no início das operações. Isso dá 154 antenas por operadora. Como são três no mercado (Vivo, TIM e Claro), seriam esperadas 462 antenas neste começo. No entanto, as teles já pediram autorização para colocar 892 antenas, número bastante positivo, na visão de Moreira. Equivale a 20% da base total de 4.592 antenas já instaladas em São Paulo para o tráfego do 4G. Portanto, é um início acelerado. “Podemos aferir que teremos uma cobertura 5G estimada nas mesmas proporções, isto é, de 20% da área urbana da capital”, explicou.
O mapa das antenas mostra que a cobertura está concentrada inicialmente no chamado centro expandido da capital paulista, entre as marginais Tietê e Pinheiros, pegando também uma boa parte da zona oeste e o começo da zona sul. Esse é o miolo onde ficam os principais prédios empresariais, polos de empregos e as famílias com maior poder aquisitivo. Já as zonas leste e norte, bem como o extremo da zona sul, têm antenas mais espalhadas. “A distância ideal de cobertura é de 300 metros entre as estações. Nesse começo algumas regiões serão melhor atendidas, como a área central”, observou.
Mais acessível
Para usar o 5G não é preciso mudar o chip ou o plano de telefonia. As companhias têm oferecido acesso livre à nova tecnologia. Basta ter um aparelho compatível com o 5G e estar dentro da área de cobertura do novo sinal. Há no mercado 71 celulares aptos a captar o 5G, conforme lista homologada pela Anatel. Os preços partem de aproximadamente R$ 1.600.
O 5G promete velocidade de tráfego de dados até 100 vezes superior à do 4G e um tempo de resposta entre os dispositivos praticamente instantâneo. Em empresas, será aplicado principalmente na automação de processos produtivos.
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