O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, na manhã deste domingo (23), que descarta qualquer possibilidade de aprovação de um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Em sua entrevista, ele reconheceu a discussão política em torno do tema, mas considerou que há uma tentativa de minimizar a gravidade dos atos cometidos. Segundo Mendes, os crimes cometidos, que ele considera muito próximos do terrorismo, não devem ser contemplados por anistia. “Entendo o debate como um debate político, mas não vejo nenhuma perspectiva de isso prosperar. Foram atos muito próximos do terrorismo”, disse ele.
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O ministro também criticou os militares brasileiros, alegando que os acampamentos organizados em frente aos quartéis, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas urnas, foram tolerados pelas Forças Armadas, que ainda ofereceram suporte para os protestos. “Foram eles que deram consentimento, forneceram luz e água para essas pessoas”, afirmou Mendes.
Ele concluiu sua crítica à permanência dos acampamentos, ressaltando que não pode haver liberdade de reunião em frente a quartéis, assim como não deveria haver em frente a hospitais, por razões diferentes. “Não pode haver liberdade de reunião em frente a quartéis, assim como não pode haver em frente a hospitais”, explicou.
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