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Saúde

Bolsonaro diz que voo para buscar vacinas de Oxford na Índia deve atrasar

Aeronave fretada pelo governo federal está em Recife, pronta para buscar os imunizantes; Ministério da Saúde conta com essas doses para começar a imunizar nesse mês.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, 15, que o voo previsto para buscar 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford na Índia deve atrasar em dois ou três dias. Um avião fretado pelo governo federal está em Recife, em Pernambuco, pronto para buscar os imunizantes no país asiático. O governo conta com essas doses para iniciar a vacinação ainda em janeiro, após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Foi tudo acertado para disponibilizar 2 milhões de doses, só que hoje, nesse exato momento está começando a vacinação na Índia, País com um bilhão e trezentos milhões de habitantes", afirmou Bolsonaro em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Band. Segundo ele, a decisão de atrasar a entregas do imunizantes ao Brasil, antes prevista para domingo, não foi do governo brasileiro.


"Resolveu-se, não foi decisão nossa, atrasar em um ou dois dias até que o povo comece a ser vacinado lá porque lá também tem as pressões políticas de um lado ou de outro", comentou. "Daqui a dois, três dias no máximo o nosso avião vai partir e vai trazer essas 2 milhões de doses", estimou.

O avião da Azul que deveria buscar as doses produzidas pelo laboratório indiano Serum deveria decolar de Recife ontem, 14, mas o voo foi adiado por “problemas logísticos internacionais”. Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores já admitia a possibilidade de atraso no cronograma de busca dos imunizantes.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, telefonou na noite de quinta-feira, 14, ao chanceler da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, e reiterou o pedido para importação de 2 milhões de doses prontas da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca.

Na semana passada, o próprio Bolsonaro enviou uma carta ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, pedindo a antecipação “com urgência” do fornecimento. Na correspondência, enviada na sexta-feira, 8, o presidente ressalta que, para “possibilitar a imediata implementação do nosso Programa Nacional de Imunização, muito apreciaria poder contar com os bons ofícios de Vossa Excelência para antecipar o fornecimento ao Brasil, com a possível urgência e sem prejudicar o programa indiano de vacinação, de 2 milhões de doses do imunizante produzido pelo Serum Institute of India".

Segundo o Itamaraty, o governo indiano mostrou “boa vontade” em liberar a carga, mas apontou “dificuldades logísticas”, pois o pedido brasileiro ocorre no momento em que o país começa a sua campanha de vacinação contra a covid-19 e, portanto, há um sensibilidade política interna para, ao mesmo tempo, liberar 2 milhões de doses ao Brasil.

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