O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta quarta-feira, 13, sobre o índice de eficácia da vacina Coronavac, de 50,38%, pouco acima do mínimo exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para um imunizante ser aprovado. O produto é desenvolvido pelo Instituto Butantan, ligado ao Governo João Doria, que anunciou o início da vacinação no Estado no dia 25 de janeiro.
"Essa de 50% é uma boa?", questionou Bolsonaro a apoiadores ao deixar o Palácio da Alvorada, pela manhã. Como resposta, ouviu um "não" em coro do grupo. "O que eu apanhei por causa disso, agora estão vendo a verdade. Passei quatro meses apanhando por causa da vacina. Entre eu e a vacina tem a Anvisa. Eu não sou irresponsável, não estou a fim de agradar quem quer que seja", afirmou o presidente.
Segundo ele, porém, caso a agência dê aval ao imunizante, ele será comprado pelo governo federal. "A vacina que passar pela Anvisa, seja qual for, passou por lá...já temos um crédito de R$ 20 bilhões para comprar."
O Ministério da Saúde já fechou o negócio com o Butantan para adquirir 46 milhões de doses da Coronavac, com a opção de comprar mais 54 milhões ao longo do ano. O plano do governo é receber 8 milhões de doses ainda em janeiro.
Após pressão de cientistas e jornalistas, o governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram na terça-feira, 12, que a taxa de eficácia geral da Coronavac é inferior à apresentada na semana passada por Doria, de 78%. Como o Estadão já havia revelado, a taxa mais alta referia-se somente a um recorte do estudo: ao grupo de voluntários que manifestaram casos leves de covid, mas com necessidade de atendimento médico.
Na prática, os dados indicam que a vacina reduziu em 50,38% o número de casos sintomáticos de covid entre os participantes da pesquisa e em 78% o número de infecções leves mas que precisaram de alguma intervenção médica.
A Anvisa ainda avalia se aceita o pedido do Butantan para uso emergencial do imunizante no País. Em nota, a agência informou que a análise deve ser concluída no próximo domingo, dia 17.
"Para tanto, faz-se necessária a entrega, em tempo hábil para análise, dos documentos faltantes e complementares", afirma a agência.
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