O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, afirmou em entrevista nessa terça-feira, 23, ao portal Metrópoles, que o assassinato da vereadora Marielle Franco trouxe benefícios políticos ao PSol, partido ao qual a parlamentar era filiada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
O ex-deputado estadual sugeriu que houve uma estratégia de vitimização por parte dos membros do partido. "Acredito que, eleitoralmente, isso interesse ao PSol. O PSol não realiza obras, não troca lâmpadas, não asfalta ruas", alegou. "O PSol não contribui para empregos na prefeitura ou em qualquer lugar. O PSol sustenta-se dessas circunstâncias".
Brazão ironizou o fato de seu nome ser novamente mencionado na mídia como suposto envolvido no crime. Ele destacou que, nos últimos tempos, muitos milicianos foram presos no Rio de Janeiro, ressaltando que nunca teve qualquer envolvimento com esse tipo de atividade criminosa.
O conselheiro também criticou a falta de acesso aos autos dos inquéritos abertos durante quase seis anos após o assassinato de Marielle. Sempre filiado ao MDB/PMDB, Brazão foi eleito deputado estadual por cinco mandatos consecutivos, iniciando seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em 1999, após uma bem-sucedida eleição no ano anterior. Ele deixou a função parlamentar em abril de 2015, quando assumiu o cargo vitalício de conselheiro do TCE-RJ.
Este não é o primeiro momento em que o nome de Brazão é associado ao caso Marielle. Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou denúncia criminal contra o conselheiro do TCE-RJ e outras quatro pessoas, buscando apurar indícios de autoria intelectual de Brazão no duplo homicídio.
Em março de 2017, o ex-deputado foi preso durante a Operação Quinto de Ouro, um desdobramento da Lava Jato. Na época, as acusações contra ele e outros conselheiros do TCE-RJ envolviam suposto recebimento de propina. Brazão foi posteriormente liberado.
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