Nesta terça-feira (20) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, autorizou a abertura de inquérito contra o senador Ciro Nogueira, acusado de receber dinheiro por meio de caixa dois da empresa J&F durante a campanha eleitoral de 2014. O senador é presidente nacional do Progressistas.
A decisão de Gilmar atende ao pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), que levou em consideração as delações premiadas dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da J&F, além de funcionários do grupo- Ricardo Saud, Francisco de Assis e Silva, Florisvaldo Caetano de Oliveira, Valdir Aparecido Boni e Demilton Antônio de Castro.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1Ciro Nogueira
De acordo com os delatores, em depoimento em 2017, os repasses indevidos iriam “garantir a boa vontade e facilidade de contratos para futuros pleitos empresariais”. O valor estipulado, segundo Ricardo Saud, foi de R$ 20 milhões, mas o senador acabou recebendo R$ 48 milhões.
O ministro Gilmar Mendes deu um prazo de 60 dias para a Procuradoria e Polícia Federal realizarem as investigações.
Outro lado
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que o senador não tem preocupação com a investigação e que a abertura do inquérito já era esperada após as delações.
"O despacho do Gilmar determinando o inquérito é esperado e normal. Toda vez que há delação, e MP se manifesta pela necessidade de investigar, ao ministro resta fazer exatamente isso, não há novidade nesse despacho. O senador não tem preocupação com o mérito da delação, a gente conhece hoje o destino das delações. Esse inquérito será enfrentado com tranquilidade", disse.
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