O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, negou nesta segunda-feira, 25, que a decisão do órgão de destinar os crimes conexos das irregularidades eleitorais como caixa 2 à Justiça Eleitoral e não à Justiça Federal tenha por objetivo acabar com a Operação Lava Jato. Sem citar nominalmente a operação que visa acabar com a corrupção no País, Toffoli reafirmou seu apoio a qualquer adoção de medidas para se combater a corrupção e aumentar a transparência.
"Mente quem diz que determinada decisão levará ao fim do combate a isso ou aquilo, ou ao fim desta ou daquela operação. Mente deslavadamente", declarou Toffoli sem citar a Operação Lava Jato durante discurso no seminário "Transparência e Combate à Corrupção", no Museu do Amanhã, no Rio, a 500 metros de onde estava preso o ex-presidente Michel Temer.
- Foto: Renato Costa/FramePhoto/Estadão ConteúdoMinistro Dias Toffoli
Dirigindo-se à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que estava no mesmo evento, Toffoli afirmou que o STF apenas manteve a jurisprudência da questão. "O que o Supremo fez foi manter uma jurisprudência de décadas, que vinha de mais de 50 anos. Os crimes conexos são julgados na Justiça especializada, de acordo com código penal e eleitoral", disse Toffoli, que não quis falar com a imprensa e seguiu posteriormente para uma reunião do Conselho Nacional de Justiça, de onde também saiu sem dar entrevistas.
Dodge afirmou no mesmo evento que solicitará ao Tribunal Superior Eleitoral que juizes federais tenham a atribuição de juizes eleitorais. O objetivo é evitar que os crimes de corrupção relacionados ao caixa 2 eleitoral sejam julgados pela Justiça Eleitoral.
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