O vereador Edilberto Borges, o Dudu (PT), comentou na manhã desta quinta-feira (24) a situação embaraçosa que envolveu o senador Ciro Nogueira (Progressistas) e o também vereador de Teresina, Venâncio Cardoso (Progressistas). Dudu preferiu não acreditar que Ciro estivesse tentando usar o vereador para barganhar o voto de sua mãe, a deputada Flora Izabel (PT) na eleição interna da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi).
Dudu relembrou que votou e apoiou Ciro Nogueira nas eleições de 2018 e disse ainda que caso realmente esteja havendo tentativa de interferência do senador nas eleições internas da Alepi, é um caso “gravíssimo”.
- Foto: Lucas Dias/GP1Vereador Dudu após votação na Câmara
“Apoiei o senador Ciro Nogueira, fui para a rua defender ele, inclusive quando era difícil fazer a defesa dele. Eu defendia que ele era um candidato ao Senado que dava sustentação ao nosso governo, foi muito útil para o estado do Piauí quando trouxe recursos para cá e foi meu candidato a senador, agora se tiver havendo esse tipo de coação, de interferência em um poder para interferir em outro é algo gravíssimo”, disse o vereador.
“Já pensou um senador da República, que tem que estar preocupado com as questões nacionais interferindo numa eleição de assembleia estadual, botando no meio disso a Câmara Municipal de Teresina. Então eu não quero acreditar que está havendo esse tipo de interferência, se tiver é gravíssima e se tiver, descordo plenamente”, afirmou Dudu.
Chantagem
O vereador disse ainda que além da distinção dos poderes, há a distinção partidária. Venâncio e Ciro integram o Progressistas, enquanto Flora é do PT. Dudu disse ainda que caso Ciro realmente esteja pressionando Venâncio, seria uma “chantagem”.
“Não cabe nem nós do PT metermos o dedo no PP e nem muito pior alguém do PP meter o dedo no PT, isso aí é inadmissível e eu particularmente como sendo um militante do PT, um membro da executiva, não irei concordar com esse tipo de intervenção e muito menos, se estiver acontecendo, esse tipo de chantagem”, concluiu.
Entenda o caso
O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressistas, teria chantageado o vereador Venâncio Cardoso ao barganhar o voto de Flora Izabel (PT) para Hélio Isaías (Progressistas) na disputa pela presidência da Alepi. O senador teria ameaçado retirar os cargos que a deputada possui na Prefeitura de Teresina e no Governo do Estado caso a petista não apoiasse seu candidato. Flora, no entanto, já havia declarado voto em Themístocles Filho (MDB).
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