O Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) abriu uma investigação para descobrir se prefeitos, presidentes de Câmaras Municipais, secretários e outros gestores públicos usaram recursos públicos para receberem premiações e condecorações da União Brasileira de Divulgação (UBD), de Recife (PE), e do Instituto Tiradentes, de Minas Gerais.
A investigação será realizada Diretoria de Fiscalização da Administração Municipal (DFAM) e pela Diretoria de Gestão Estratégica da Informação e Combate à Corrupção (Dgecor) referente ao período de 2014 a 2018 com base na reportagem exibida pelo Fantástico, na Rede Globo, no último domingo (5).
Segundo a reportagem, existe um comércio de diplomas de mérito para vereadores, prefeitos e secretários municipais. Alguns gestores estariam pagando para essas instituições para receberem medalhas e diplomas como reconhecimento dos seus trabalhos. O TCE-PI afirmou que o objetivo da investigação será descobrir se essas premiações foram pagas com recursos públicos e com gastos irregulares com viagens, diárias, hospedagem e outras despesas.
Jumento recebeu prêmio
Para descobrir o esquema, um repórter do Fantástico, fingiu ser um assessor parlamentar de três prefeituras gaúchas e negociou os diplomas para que três gestores entrassem na lista dos “100 melhores prefeitos do Brasil”. O esquema foi negociado com o dono da empresa UBD, Fernando Vieira da Cunha.
Dois dos diplomas foram para prefeitos reais, que autorizaram o uso de seus nomes para desvendar a farsa, mas um deles a reportagem usou o nome do jumento Precioso, de Paulista, no Pernambuco, e pagou o valor de R$ 1.480. O jumento recebeu pêmio como um "gestor nota 10", classificado na pesquisa nacional de utilidade pública entre os “100 melhores prefeitos do Brasil”. Durante o ano, a empresa realiza premiações para a entrega das medalhas e diplomas e foi em um desses eventos que foi realizada a entrega do diploma ao jumento, que foi apresentado para Fernando, que disse não ter visto nenhum problema com a situação.
Outra empresa que foi investigada, foi o Instituto Tiradentes, onde mostra que Pedro Henrique Gross foi escolhido como o segundo vereador mais atuante de Terra de Areia, mas ele não era mais vereador, já que estava licenciado, para ser chefe de gabinete do prefeito. O político não quis ir receber o tal prêmio e revelou que se quisesse, teria de pagar R$ 578 de inscrição. Os políticos são procurados pelos institutos, que oferecem a condecoração em troca de valores, mas alguns não aceitam participar.
O Instituto Tiradentes afirmou que não comercializa medalhas e diplomas de mérito, nem certificados de participação em seus seminários e afirmou que no caso do vereador Pedro Henrique Gross a empresa encaminha correspondências às câmaras municipais solicitando a atualização dos dados dos vereadores em exercício.
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