Os senadores decidiram nesta terça-feira (3) adiar a votação sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato parlamentar e impôs a ele recolhimento domiciliar noturno. A votação foi adiada por 50 votos a 21.
Os senadores chegaram a iniciar uma discussão sobre o assunto, que durou mais de três horas, mas acabaram decidindo que seria melhor aguardar uma decisão do STF que deve sair no próximo dia 11 de outubro, sobre o procedimento a ser adotado quando parlamentares forem afastados do mandato por determinação judicial.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoAécio Neves
A nova votação sobre o afastamento de Aécio Neves do cargo de senador deve acontecer no dia 17 de outubro. O tucano é acusado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça, após ser flagrado em uma gravação, pedindo R$ 2 milhões da JBS. Ele também é acusado de ter atuado no Senado e junto ao Executivo para atrapalhar as investigações da Lava Jato. Quando a gravação com Aécio Neves foi divulgada na mídia, ele disse que o dinheiro seria um empréstimo para pagar advogados e que não foi feita nenhuma irregularidade.
Segundo o G1, os senadores que são alvos de inquéritos no Supremo, Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Fernando Collor (PTC-AL) defenderam durante a sessão que a votação ocorresse ainda nesta terça-feira. "O STF não é maior do que o Senado. Temos a legitimidade do voto popular, obedecemos a Constituição e não aceitamos de forma alguma que a Constituição seja reinterpretada para diminuir o Senado”, disse o senador Jader Barbalho.
Muitos petistas aproveitaram a ocasião para criticar os que antes defendiam o STF e agora fazem acusações. "As decisões do Supremo valem é dali para frente, não dali para trás. Hoje dizer que o Supremo agiu errado, sem que haja pacificação da questão, significa dizer que um senador terá atendimento prioritário e será tratado como alguém que teve tratamento privilegiado”, disse Humberto Costa, líder do PT no Senado.
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