Deputado federal Assis Carvalho critica o voto distrital e financiamento privado de campanha

Em entrevista ao GP1 o deputado federal Assis Carvalho (PT) falou sobre o projeto de reforma política que está sendo discutido na Câmara dos Deputados para que entre em vigor para as eleições do próximo ano. O deputado afirma ser contra o financiamento privado de campanha e o voto distrital.

Sobre o financiamento privado de campanha, o deputado disse que esse tipo de prática precisa acabar. “Sou a favor do fim do financiamento privado de campanha, mas não acho que passa [pela votação dos deputados]. Pois acho que um dos pontos principais da corrupção eleitoral é esse envolvimento das empresas. Temos aí o Lava-Jato. Nós do PT somos contra o financiamento privado, mas tem gente que fala muita besteira e quer que esse modelo continue. Esse é um câncer no modelo que nós temos”, criticou.
Sobre o voto distrital, o deputado afirmou que também é contra, mas que o voto distrital misto é uma melhor opção para o que tem sido discutido.

O sistema de votos distritais divide a cidade em distritos e elege o candidato mais votado em cada um desses distritos. Já o voto distrital misto é uma combinação do voto proporcional e do voto majoritário. Os eleitores têm dois votos: um para candidatos no distrito e outro para as legendas (partidos).

“Do ponto de vista ideológico eu sou contra [o voto distrital]. O voto distrital é um voto majoritário, que fortalece muito o coronelismo. No entanto estamos avançando a um acordo no parlamento para trabalhar o voto distrital misto. Não que eu concorde, mas o parlamento é em parte negociação. Eu vou defender lá o voto distrital misto, para evitar o distrital puro ou o distritão, pois é um atraso. Sou totalmente contra”, enfatizou.
O deputado disse ainda acreditar que até junho os deputados tenham aprovado alguns pontos da reforma política e que eles poderão já entrar em vigor para as eleições de 2016.

“Eu acho que passarão de três a quatro pontos. Voto distrital misto que estou lutando, unificação das eleições e fim das coligações como existem [atualmente]. Acho que são os pontos que passarão. Temos um modelo ideal? Não. E não vamos ter com o parlamento do jeito que está. Porque o parlamento foi eleito nessas condições e ele não tem interesse em fazer muitas mudanças”, criticou o deputado.

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