Rauena Pinheiro
Thais Guimarães
O delegado Yan Brayner, diretor de inteligência da Polícia Civil do Piauí, concedeu coletiva nesta quarta-feira (19) para tratar da Operação Usuário Zero, que culminou na prisão do advogado Carlos Yury Araújo e do empresário Luiz Augusto Machado da Cruz Paião. Segundo ele, o também empresário Paulo Sandro Rocha Amorim, namorado da prefeita de Luzilândia, Fernanda Marques (PT), foi o principal beneficiado com a fraude milionária contra a rede de postos Ipiranga, que ensejou a operação.
De acordo com o delegado, o esquema de fraude a sentenças foi desvendado após a prisão de um ex-servidor comissionado do Tribunal de Justiça do Piauí, em outubro do ano passado. O então servidor acessava o sistema PJe e conseguia inserir minutas de sentenças, que eram assinadas pelos magistrados, induzidos a erro.
“Esse servidor, por meio de uma senha master, conseguia alterar cadastros de servidores do Tribunal de Justiça, tanto em primeiro quanto em segundo grau. Após essa alteração, ele inseria minutas de decisões para que juízes assinassem, acreditando que haviam sido feitas por seus assessores. Assim, ele passou a mercantilizar esse tipo de fraude, e havia uma espécie de corretor que fazia a intermediação entre as pessoas interessadas em obter essas vantagens ilícitas e o fraudador”, detalhou Yan Brayner.
Função de cada investigado no esquema
O diretor de inteligência da Polícia Civil explicou a atuação de cada um dos alvos da operação. O advogado Carlos Yury foi responsável pela confecção da peça judicial que solicitou a penhora de aproximadamente R$ 6 milhões da rede Ipiranga, em uma ação movida pelos donos de postos de combustíveis, entre eles Luiz Augusto Machado e Paulo Sandro Amorim, mais conhecido como Paulo Caiano.
Paulo Caiano está foragido e, segundo as investigações, foi um dos principais beneficiários da fraude. "Ele foi o principal beneficiário desses sete milhões, era dono de uma rede de postos e participou de fato nesse processo judicial", completou o delegado.
Outro preso na operação, que não teve o nome revelado, atuava como intermediário entre o então servidor do TJ-PI e os interessados nas fraudes processuais.
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