O tenente da Polícia Militar, Ailton Pereira, pai do adolescente Anael Natan Colins Souza da Silva, 17 anos, que foi executado em novembro do ano passado juntamente com Luian Ribeiro de Oliveira, de 16 anos, falou com o GP1 nesta sexta-feira (27) sobre a decisão do juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, que atendeu o pedido de desistência da reconstituição do crime feita pela defesa dos acusados.
Segundo o pai de Anael, a defesa do empresário dono do Frango Potiguar, João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues e dos advogados Guilherme de Carvalho Gonçalves Sousa e Francisco das Chagas Sousa, presos por envolvimento na morte dos dois adolescentes, percebeu que a reconstituição do crime e uma nova perícia seria ainda mais prejudicial para os envolvidos. Em um desabafo, o policial chamou os acusados de "marginais e covardes".
“A defesa entendeu que acabaria sendo ainda mais prejudicial para eles a reconstrução dos assassinatos e pediram a desistência da reconstrução. São um bando de marginais e covardes, que apodreçam na cadeia. Estamos cada vez mais em busca da nossa justiça da sociedade”, afirmou o pai do adolescente assassinado.
Defesa recuou do pedido de reconstituição do crime
O juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina, atendeu pedido de desistência da reprodução simulada feito pela defesa do empresário João Paulo de Carvalho Gonçalves Rodrigues e dos advogados Guilherme de Carvalho Gonçalves Sousa e Francisco das Chagas Sousa. A decisão é dessa quarta-feira (25).
A defesa também desistiu da perícia no local onde os corpos das vítimas foram encontrados. Eles são acusados do assassinato dos adolescentes Anael Natan Colins Souza da Silva e Luian Ribeiro de Oliveira em novembro do ano passado, em Teresina.
Entenda o caso
Luian Oliveira e Anael Colins desapareceram na madrugada do dia 13 de novembro 2021. Os pais dos garotos chegaram a procurar o GP1 pedindo ajuda para localizá-los, no entanto, no dia 15 de novembro os dois foram encontrados mortos, em um matagal próximo à rodovia PI 112, no Povoado Anajás, zona rural leste de Teresina.
Os rapazes eram amigos, moravam no Planalto Uruguai, zona leste da capital, e costumavam sair juntos. No último dia em que foram vistos, eles saíram em uma motocicleta para um bar, depois seguiram para um depósito de bebidas, na Avenida Dom Severino, e teriam ido a um sítio, onde estava acontecendo uma festa.
No decorrer das investigações, a Polícia Civil chegou nos nomes de João Paulo, Guilherme de Carvalho e Francisco das Chagas. Nos depoimentos, após algumas contradições, finalmente João Paulo admitiu que Guilherme atirou os dois garotos com uma arma de sua propriedade.
Jovens queriam entrar em festa quando foram mortos
O delegado Barêtta, diretor do DHPP, afirmou no dia 08 de fevereiro, em entrevista ao GP1, que os adolescentes só queriam entrar em uma festa que estava sendo realizada em um sítio ao lado da propriedade de Francisco das Chagas. Por isso, os rapazes entraram no local, onde foram capturados e logo em seguida torturados e executados.
“Eles chegaram na festa e não tinham o dinheiro completo para pagar a entrada dos dois. Então, eles olharam e viram que a propriedade ao lado do evento, onde o fato aconteceu, tinha uma parte do muro baixo, então, eles entraram lá para acessar a festa pulando pelo muro, quando os cachorros que estavam na propriedade começaram a latir e a presença deles foi percebida. Nesse momento eles foram capturados e torturados”, contou o delegado à época.
Ver todos os comentários | 0 |