O último alvo da Operação Dictum, que ainda restava ser preso, o subtenente Márcio, lotado no 6º Batalhão da Polícia Militar, se apresentou na sede do Grupo de Repressão ao Crime Organizado – GRECO - nessa quarta-feira (04) e agora todos os relacionados à organização criminosa que é investigada pelas práticas de crimes de roubos de cargas, tráfico de drogas e homicídios estão sob custódia da Justiça.
O comandante geral da Polícia Militar do Piauí, Lindomar Castilho, disse ao GP1 que ainda ontem (05) foi publicado um boletim interno informando sobre o processo de deserção, um dos mais graves crimes militares. “A partir de agora a Diretoria de Pessoa vai retirá-lo da folha de pagamento e comunicar para a administração, é como se estivesse excluído da corporação”, pontuou.
- Foto: Brunno Suênio/GP1Coronel Lindomar Castilho
Confira a lista atualizada dos presos da Operação Dictum:
- Foto: Divulgação/SSP-PINomes dos envolvidos presos
1) Antônio Lopes Rosa
2) Bruno Costa de Oliveira
3) Ellisson Costa Vieira
4) Francisco das Chagas Lima Trindade
5) Genildo Vieira da Silva
6) Helido Cunha de Sousa
7) Marcelo Ribeiro Rocha
8) Percyvall de Oliveira Ferreira
9) Rafael dos Santos Leal
10) Rene
11) Sousa Borges
12) Márcio
13) Lourival Ferreira de Carvalho Neto (policial civil)
14) Wanderley Rodrigues da Silva, vulgo W.Silva (ex-policial militar)
15) Erasmo de Morais Furtado
16) José Afonso Santos e Silva
Início das investigações
Segundo o delegado Gustavo Jung, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado, a investigação iniciou após um roubo de carga de televisões do depósito das Casas Bahia, localizado na Avenida Maranhão, zona norte de Teresina, em 2018. Assim foi descoberta a participação dos primeiros policiais militares, incluindo o cabo W.Silva, que acabou sendo expulso da corporação há pouco mais de 30 dias.
“Iniciamos essa investigação em dezembro de 2018, a partir de um roubo que houve em um depósito das Casas Bahia, que dentre as pessoas que estavam naquele local, havia o apoio de um policial militar. A partir desta pessoa, iniciamos as diligências e investigações. E com isso foi natural aparecerem mais policiais militares, que são ligados a essa pessoa, mas também podemos constatar o envolvimento de policias civis ligados ao grupo. E constatamos que haviam elementos suficientes para a prisão preventiva. Um policial civil foi alvo de prisão preventiva”, explicou.
- Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Gustavo Jung
Líder da quadrilha
O líder da quadrilha, segundo o secretário Fábio Abreu, era o ex-policial militar W. Silva, também envolvido no roubo do Banco do Nordeste em 2017. W. Silva já tinha sido expulso da corporação e estava morando no Rio de Janeiro. O ex-policial foi preso ao desembarcar da aeronave no Aeroporto de Teresina.
Policiais pediam R$ 20 mil por mortes
Os criminosos combinavam de realizar assassinatos por valores que chegavam a R$ 20 mil. Em uma das gravações, um dos policiais revelou estar com “saudades de matar”.
O ex-policial militar W. Silva, considerado líder da associação criminosa, estava combinando com o policial militar Rene Carvalho de agredir um homem no bairro Primavera, na zona norte de Teresina. Em um dos diálogos, Rene diz que “esse aqui não vale chumbo não, eu também estou doido para matar gente, mas esse aqui não vale chumbo não, só vale pisa mesmo”, disse.
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