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Teresina - Piauí

Operação Dictum: Greco divulga áudios de policiais planejando crimes

Nos áudios gravados, os policiais se organizavam entre si para roubarem cargas de cigarros, extorquirem comerciantes, e subtraírem drogas de algumas bocas de fumo.

Após investigações que resultaram na prisão de dez policiais durante a “Operação Dictum”, deflagrada nesta segunda-feira (2) por meio do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO), a Secretaria de Segurança do Estado do Piauí (SSP-PI), divulgou as gravações dos diálogos entre os policiais envolvidos.

Nos áudios gravados, os policiais se organizavam entre si para roubarem cargas de cigarros, extorquirem comerciantes, e subtraírem drogas de algumas bocas de fumo, em seguida, o dinheiro arrecadado seria repartido entre os envolvidos. Os envolvidos foram identificados pelos nomes W.Silva, Bruno, Genildo, Erasmo, Ellisson, Rene Carvalho, Lopes, Hélido, Lourival.


“Ao longo de toda a investigação, percebemos que era algo habitual [os roubos], e cada vez mais se fortalecendo com o aumento dos locais, inclusive com a regionalização das ações criminosas. Incialmente na cidade de Teresina, também descobrimos que eles estavam atuando em outras regiões e se observou o fato de ser uma organização criminosa bastante perigosa e que precisaria sem dúvida alguma de uma resposta do estado”, informou o delegado Gustavo Jung, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado – GRECO.

Investigações

Ainda conforme o delegado do GRECO, com o decorrer das investigações, foi constatado outras pessoas envolvidas nos crimes. “A gente começou a investigação na modalidade formiguinha, aos poucos juntando elementos, pleiteando ao judiciário medidas cautelares, e a partir do momento que abrimos mais investigações, surgiram mais elementos, mais pessoas envolvidas, mas um trabalho de muita cautela, muito melindroso, mas que ao final, conseguimos juntar elementos informativos e pedir a prisão preventiva de todos”, ressaltou.

10 policiais

Ao todo foram presos nove policiais militares, um policial civil, um ex-policial militar e um não policial. Foram apreendidas ainda quatro revólveres, uma calibre 32 e uma pistola.

“Com essas prisões que hoje realizamos entendemos que hoje aqui estamos cortando na nossa própria carne, mas cumprimos com nosso dever”, afirmou Fábio Abreu.

Modus Operandi

De acordo com o secretário, os policiais roubavam cargas de contrabando e estouravam bocas de fumo para revender a droga. Abreu detalhou que os policiais agiam contra pessoas que não podiam registrar Boletim de Ocorrência.

“Eles roubavam cargas de contrabando, principalmente de cigarros e revendiam em outros pontos. Atacavam pontos de vendas de entorpecentes, vendiam para outras pessoas. Eles faziam esse tipo de coisa, atacavam aqueles que não podiam registrar nenhum Boletim de Ocorrência. Praticavam pistolagem, de alguma forma, por recursos, por dinheiro, mas também em troca de armas. Fizeram algumas ações voltadas na questão de homicídio. É uma vasta participação em crimes”, afirmou.

Líder da quadrilha

O líder da quadrilha, segundo o secretário Fábio Abreu, era o ex-policial militar W. Silva, envolvido no roubo do Banco do Nordeste em 2017. W. Silva já tinha sido expulso da corporação e estava morando no Rio de Janeiro. O ex-policial foi preso ao desembarcar da aeronave no Aeroporto de Teresina.

O comandante da Polícia Militar, Lindomar Castilho, explicou a prisão de Wanderlei e que agora ele é um preso comum. “O Wanderlei Silva, foi preso como civil, inclusive estava no RJ e foi preso no desembarque dele aqui em Teresina. No momento em que desembarcava da aeronave, mas foi preso como um preso comum”, afirmou.

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