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Teresina - Piauí

Defesa de Allisson Wattson entra com novo pedido de liberdade no TJ

Segundo o pedido de habeas corpus feito pelo advogado Pitágoras Veloso, a juíza Zilnar Coutinho Leal determinou a prisão do militar ilegalmente, contrariando as provas dos autos.

A defesa do capitão Allisson Wattson da Silva Nascimento acusado de matar a namorada, a estudante Camilla Abreu, ingressou com habeas corpus no Tribunal de Justiça do Piauí pedindo a sua soltura e a anulação da pronúncia.

Segundo o pedido de habeas corpus feito pelo advogado Pitágoras Veloso, a juíza Zilnar Coutinho Leal determinou a prisão do militar ilegalmente, contrariando as provas dos autos.


  • Foto: Instagram/Allisson WattsonAllisson WattsonAllisson Wattson

Alega que a prisão de Alisson Wattson foi baseada nos elementos obtidos no Inquérito Policial, mas contrária ao que foi declarado pelas testemunhas de acusação perante o juízo.

“A prisão preventiva baseada em apenas informações obtidas no IP é decisão desfundamentada, logo, eivada de vício, numa verdadeira violação aos princípios da fundamentação e motivação”, afirmou o advogado.

A defesa também argumenta que a própria juíza afirmou que não há nos autos elementos demonstradores de coação ou ameaça contra as testemunhas de acusação.

“Portanto, a decisão é nula por ser desmotivada no sentido de ser contraria as provas colhidas na audiência de instrução e julgamento em observância ao princípio do contraditório, mas fundamentada exclusivamente no inquérito policial, logo o ato da autoridade coatora em manter segregado a liberdade do paciente [Allison Wattson] é ilegal e constrangimento certo”, afirma.

O habeas corpus foi ajuizado no dia 11 de abril deste ano e tramita na 1ª Câmara Especializada Criminal.

O relator sorteado é desembargador Pedro de Alcântara Macedo.

Entenda o caso

A juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara Tribunal do Júri, pronunciou o capitão da Polícia Militar, Allisson Wattson da Silva Nascimento pelo assassinato na namorada, a estudante Camilla Abreu e o manteve preso preventivamente. A decisão é foi dada em 02 de abril de 2018.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Juíza Maria Zilnar Coutinho LealJuíza Maria Zilnar Coutinho Leal

Com a pronúncia, o policial vai a julgamento pelo júri popular pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo fútil (intenso ciúme da vitima) e recurso que impossibilitou a defesa da ofendida, ocultação de cadáver e fraude processual.

O Ministério Público do Estado ofereceu denúncia baseada no inquérito policial, que concluiu que no dia 26 de outubro do ano passado, o capitão, de forma voluntária e com animus necandi (intenção de matar), ceifou a vida de sua namorada, Camilla Pereira de Abreu, no interior do veículo Corolla de placa NIF 8022, cor azul de que tinha posse o acusado. A denúncia foi recebida no dia 12 de dezembro.

A magistrada afirmou ainda que o militar deve aguardar preso o julgamento pelo Tribunal do Júri, pois “estão presentes os requisitos e pressupostos legais autorizadores de sua prisão como medida necessária ao resguardo da ordem pública e da instrução em plenário do júri”.

O crime

A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.

  • Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla AbreuCamilla Abreu

A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.

Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.

Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem. No dia 31 de outubro, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.

Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. Laudo cadavérico da estudante Camilla Abreu concluiu que a jovem foi arrastada antes de morrer.

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