O delegado Francisco Costa, o Barêtta, coordenador da Delegacia de Homicídios, revelou ao GP1 nessa terça-feira (28) que a estudante Camilla Abreu, assassinada pelo namorado, o capitão Alisson Wattson, já era agredida pelo oficial da PM há bastante tempo, e que há cerca de seis meses chegou a pedir ajuda para se ver livre daquele que veio a ser o seu assassino.
- Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla Abreu
“Há depoimentos nos autos que dizem que há seis meses a Camilla pedia orientação e socorro às pessoas, para se sair dele, mas ele não deixava ela. Alisson costumava espancar ela. Tem depoimentos que dizem que Camilla queria se separar, que ele tinha um ciúme doentio, ela terminava [o relacionamento] mas ele a cercava de todos os jeitos e fazia ameaças, tanto que ela relatou isso para mais de uma pessoa”, afirmou o delegado.
- Foto: Lucas Dias/GP1Barêtta
Barêtta informou que ouviu algumas pessoas que se relacionaram com Allisson antes de Camilla, e que elas confirmaram que o policial sempre foi bastante agressivo. “Ouvimos pessoas que foram vítimas e pessoas que conheciam ele. Ele é um tipo avalentoado, muito agressivo”, declarou.
Ainda de acordo com o delegado, a investigação deixa claro que o crime foi premeditado. “A investigação por si já mostra a premeditação da prática do crime. Ele vai ser indiciado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual, porque destruiu provas”, contou ao GP1.
- Foto: Facebook/Camilla Abreu e Allisson Wattson Camilla Abreu e Allisson Wattson
O inquérito sobre a morte de Camilla Abreu deve ficar pronto até o final desta semana. “Acredito que ficará pronto até o final da semana, porque já recebi o laudo da Polícia Técnico-Cientifica, já mandei protocolar no cartório e foi entregue ao delegado Emerson Almeida, que já está concluindo o relatório do inquérito”, comunicou Barêtta.
Relembre o caso
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.
Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem. No início da manhã da terça-feira (31), o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu.
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