O Ministério Público do Estado do Piauí ofereceu, nesta terça-feira (05), denúncia contra o capitão da Polícia Militar Allisson Wattson da Silva Nascimento, assassino confesso da estudante de direito Camilla Abreu. A denúncia é assinada pelo promotor de Justiça, João Mendes Benigno Filho.
A denúncia foi baseada no inquérito policial, finalizado na última quinta-feira (30), que concluiu que no dia 26 de outubro deste ano, o capitão, de forma voluntária e com animus necandi (intenção de matar), ceifou a vida de sua namorada, Camilla Pereira de Abreu, no interior do veículo Corolla de placa NIF 8022, cor azul de que tinha posse o acusado.
- Foto: Instagram/Allisson WattsonAllisson Wattson
Para o promotor, a autoria restou evidenciada nas informações prestadas por amigos e familiares que atestam o intenso ciúme do acusado contra a vítima, além da confissão do denunciado no interrogatório perante autoridade policial na Delegacia de Homicídios.
Allisson foi denunciado pela prática do crime de feminicídio qualificado por motivo fútil (intenso ciúme da vitima) e recurso que impossibilitou a defesa da ofendida, ocultação de cadáver e fraude processual.
Relembre o caso
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
- Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla Abreu
Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.
Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem. No dia 31 de outubro, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. Laudo cadavérico da estudante Camilla Abreu concluiu que a jovem foi arrastada antes de morrer.
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