A defesa do capitão da Polícia Militar, Allisson Wattson da Silva Nascimento, assassino confesso da namorada, a estudante Camilla Abreu, protocolou um novo pedido de revogação da prisão preventiva, na tarde desta terça-feira (23). A informação é da advogada da família de Camilla, Ravenna Castro.
“O pedido já está na mesa da juíza Zilnar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, para decidir se solta ele ou não. Ela deve decidir até sexta-feira (26)”, afirmou a advogada, que completou dizendo que ela e o promotor Benigno Filho, responsável pelo caso, já fizeram a contra resposta e que o promotor opinou pelo indeferimento do pedido de liberdade.
- Foto: Instagram/Allisson WattsonAllisson Wattson
“A defesa dele não alegou nenhum fato novo, só dizendo que ele não representa risco, não é violento, nem perigoso e que está disposto a colaborar com o processo”, relatou.
A advogada acredita que a juíza deverá indeferir o pedido. Para ela, a soltura de Allisson representaria risco a instrução processual e risco de coação a testemunhas. “A família da vítima se sente ameaçada, intimidada, com medo dele querer atentar contra a vida de mais alguém, inclusive, familiares e testemunhas”, finalizou.
Relembre o caso
A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.
A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.
- Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla Abreu
Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.
Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo e não lembrava para quem. No dia 31 de outubro, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.
Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu.
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