As obras da criação do Polo Gastronômico da zona leste, uma parceria entre a Prefeitura de Teresina e o Governo do Estado, está prevista para ser entregue no próximo mês. O projeto abrange 16 quarteirões entre a Avenida Dom Severino e Rua Visconde da Parnaíba.
O objetivo revitalizar a área e promover acessibilidade às pessoas que frequentam os bares e restaurantes da região. Na Avenida Nossa Senhora de Fátima, as tradicionais pedras portuguesas do canteiro central estão sendo trocadas por um piso intertravado.
De acordo com o engenheiro Danilo, responsável pela obra na Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU – Leste), é difícil encontrar as pedras portuguesas no mercado e seu custo é elevado. “O piso intertravado é o que a gente está utilizando hoje em todos os tipos de calçadas, de passeio. A gente está substituindo essas pedras portuguesas, inclusive, elas eram mais caras e hoje em dia está mais difícil da gente encontrar para fazer uma reposição. A gente não encontra mais desse modelo para fazer reposição. Então todos os passeios novos são nesse piso”, afirmou o engenheiro.
A arquiteta que planejou a obra, Ângela Araújo, afirmou que em seu projeto não tinha a mudança das pedras portuguesas para o piso intertravado, mas não vê problema na troca. “Nessa parte do canteiro central eu não tinha feito a troca da pedra portuguesa, o Estado resolveu trocar”, disse.
“Na verdade a pedra portuguesa é um material trepidante, não tem muita acessibilidade. Eu não ia trocar porque, na verdade, o canteiro central não é um local de passeio, as pessoas não caminham no canteiro já que é estreito. Então eu não tinha trocado para economizar”, continuou a arquiteta.
Ângela acredita que a mudança para o novo piso seja por conta da acessibilidade, que é uma das prioridades da obra. “A pedra portuguesa, eu acho bem bonita, mas hoje em dia a gente sabe que em caso de acessibilidade não é adequada, é um material muito trepidante”, disse.
Descaracterização
Questionada sobre uma possível descaracterização das vias, devido ao contexto histórico das pedras, a arquiteta acredita que não haverá prejuízo pelo fato da Avenida Nossa Senhora de Fátima não ser tão antiga. “Não [descaracteriza], é uma avenida nova. Esse apego às pedras portuguesas, no meu entender, ali não tem nenhuma questão histórica para ser preservada. Aquela pavimentação é recente, eu não vejo problema. Eu não tinha feito para economizar mesmo”, concluiu a arquiteta.
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