O Departamento de Educação do governo de Donald Trump emitiu um ultimato para escolas e universidades dos Estados Unidos, dando um prazo de duas semanas para que retirem de seus programas qualquer critério que envolva a raça do candidato ao concorrer a bolsas de estudo ou vagas de contratação. Caso não cumpram essa exigência, as instituições correm o risco de perder investimentos federais.
O aviso, publicado na sexta-feira (14) por meio de um memorando, tem como objetivo interromper o uso da "consciência racial" em admissões, ajuda financeira, processos seletivos e outras áreas dentro das instituições de ensino. A medida é uma resposta à decisão da Suprema Corte de 2023, que declarou ilegal o uso de requisitos raciais nas admissões universitárias.
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O novo governo classifica políticas baseadas em raça como discriminatórias, e o memorando determinou que as instituições de ensino abandonem o uso da raça como critério para seleção de alunos e contratação de professores, além de proibir práticas como a divisão de dormitórios ou eventos de formatura por raça.
Craig Trainor, secretário assistente interino de direitos civis do Departamento de Educação, destacou que muitas escolas vinham alegando que selecionar alunos com base em "diversidade" ou termos semelhantes não equivalia a discriminação racial. No entanto, com a nova ordem, ele garantiu que isso não será mais tolerado: "Os alunos devem ser avaliados de acordo com mérito, realização e caráter", afirmou. Trainor também deixou claro que, se uma instituição educacional tratar um aluno de forma diferente com base na sua raça, isso constituirá uma violação da lei.
Além dessa medida, o Departamento de Educação anunciou na segunda-feira (17) o cancelamento de um financiamento de US$ 600 milhões destinados ao treinamento de professores em temas considerados "inapropriados e desnecessários". Entre os tópicos citados estavam a teoria crítica da raça, o ativismo pela justiça social, o antirracismo e o ensino sobre privilégio branco. A decisão seguiu a linha de outras ações do governo, como o cancelamento de investimentos federais em escolas que adotam abordagens relacionadas às chamadas “teorias raciais e de gênero”.
Em um decreto assinado logo após sua posse, o presidente Trump já havia determinado que escolas que implementem essas ideologias no currículo, sem questionamento ou exame crítico, não receberiam mais apoio financeiro federal. Segundo a administração, tais ensinamentos fomentam divisão e confusão, além de minar a identidade pessoal e a unidade familiar.
Essas ações fazem parte de uma agenda de combate ao que o governo classifica como uma "ideologia woke", a qual tem sido adotada em várias instituições educacionais dos Estados Unidos nos últimos anos, sendo vista por Trump como uma ameaça à coesão e à confiança dentro da sociedade.
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