O Instagram está testando algumas ferramentas para ajudar usuários a escolherem o que vão ver no feed de fotos. A notícia foi divulgada por Adam Mosseri, presidente da empresa, na última quarta-feira, 5, e quer amenizar as recentes acusações de comportamento tóxico dos algoritmos na plataforma, após revelações contidas nos Facebook Papers, série de documentos internos vazados do Facebook.
O novo recurso vai permitir que os usuários escolham separar a timeline em três diferentes feeds, com a opção de ver os conteúdos em ordem cronológica — ferramenta que foi alterada no app em 2017 para mostrar conteúdos considerados ‘mais relevantes’, independente da data de postagem.
Com isso, três categorias vão ficar à disposição dos usuários: ‘home’, ‘seguindo’ e ‘favoritos’. Na primeira opção, os perfis poderão ver o feed da forma como ele é hoje, com os algoritmos de recomendação. Na aba ‘seguindo’, estarão também todas contas seguidas pelo usuário, mas com publicações em ordem cronológica. A única aba que vai permitir a personalização é a ‘favoritos’, onde os usuários poderão adicionar os perfis que mais gostam de ver no app.
Testing Feed Changes ????
— Adam Mosseri (@mosseri) January 5, 2022
We’re starting to test the ability to switch between three different views on your home screen (two of which would give you the option to see posts in chronological order):
- Home
- Favorites
- Following
We hope to launch these soon. More to come. ✌???? pic.twitter.com/9zvB85aPSp
A volta — em maior ou menor grau — da timeline cronológica é um projeto trabalhado pelo Instagram já há alguns meses. Em depoimento ao Senado americano, em dezembro de 2021, Mosseri afirmou que esperava poder incorporar a função no início deste ano. Na ocasião, Mosseri foi chamado para depor a um subcomitê que investiga ações do Facebook contra o bem-estar e a segurança de crianças e adolescentes na rede.
A presença do presidente no Senado foi resultado das descobertas dos Facebook Papers, um conjunto de documentos internos da Meta (ex-Facebook) vazados para a imprensa pela ex-funcionária Frances Haugen. Em um dos estudos, por exemplo, a empresa de Mark Zuckerberg afirmou que a cada três meninas que se sentiam mal com o próprio corpo, uma ficava ainda pior quando acessava o Instagram.
Agora, o Instagram procura dar passos para retomar a imagem de app ‘inofensivo’ onde usuários possam publicar e visualizar fotos sem maiores efeitos. A estratégia, porém, continua a mesma já adotada pela plataforma nos últimos anos: ferramentas para esconder conteúdos nocivos são priorizadas em relação ao combate efetivo desse tipo de publicação.
Nos últimos anos, a empresa aprimorou a ferramenta de ocultar comentários, para opções com palavras chave, frases ou xingamentos, em conteúdos no app. No ano passado, um movimento parecido aconteceu quando as mensagens diretas também puderam receber o filtro.
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