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Economia e Negócios

Governo não vai fazer maluquice, diz Guimarães sobre recuo no auxílio

Em live com Bolsonaro, Pedro Guimarães justificou a demora no pagamento e disse que segunda parcela vai cair antes de se completarem 30 dias do pagamento da primeira.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, justificaram nesta quinta-feira, dia 22, que o recuo na antecipação da segunda parcela do auxílio de R$ 600 ocorreu por um excesso de pedidos, o que extrapolou o orçamento previsto. O governo prevê que, dentro de “poucos dias”, o orçamento seja ampliado.

“Dado que este governo, o governo do senhor (Bolsonaro), nunca vai fazer nenhuma maluquice, não haverá nenhuma chance de a gente pagar sem que o orçamento esteja 100% aprovado”, afirmou o Guimarães, durante transmissão ao vivo nas redes sociais do presidente.


A demora na liberação do dinheiro, aprovada pelo Congresso há 24 dias, motivou uma enxurrada de reclamações de desempregados, trabalhadores informais, microempreendedores e autônomos, que perderam renda como consequência da pandemia do novo coronavírus. O atraso virou arma da oposição, que cobra eficiência do governo. As filas e excesso de pedidos em análise provocaram uma onda de reclamações nas redes sociais do presidente.

“Nós já pagamos a 33 milhões de pessoas. Nós tínhamos uma expectativa, mas foi além e tem alguns milhões de pessoas que estão reclamando”, admitiu Bolsonaro.

O presidente voltou a defender sua preocupação com a retomada da economia, com o aumento do desemprego e perda de renda dos informais. O Ministério da Economia prevê que o pagamento do seguro-desemprego chegue a 24 milhões de trabalhadores, conforme o presidente da Caixa.

Bolsonaro reclamou de processos judiciais que sofre por ter deixado de seguir ou se manifestado contra restrições à circulação recomendadas por autoridades de saúde pública, como forma de conter a covid-19.

“Se a nossa renda cair a morte chega mais cedo”, afirmou Bolsonaro. “Estou respondendo a processo dentro e fora do Brasil, sendo acusado de genocídio, por ter defendido uma tese diferente da OMS (Organização Mundial da Saúde).”

Ao todo, 45 milhões de pessoas já se cadastraram para ter acesso ao auxílio, conforme dados do presidente da Caixa. A previsão do governo, segundo ele, era que o total ficasse entre 20 milhões e 25 milhões de pessoas. Grande parte deles segue sob análise. O governo estima que até 60 milhões de pessoas recebam de fato o auxílio emergencial.

Bolsonaro também citou que houve erros no preenchimento de cadastro e sugeriu que até quem não tinha direito tentou se beneficiar. Ele disse que está sendo feito um “pente fino” para evitar fraudes.

“Muita gente tinha emprego, era servidor público, tinha renda e não se enquadra. E foi lá para dar um tiro”, afirmou Bolsonaro. “Ou até não foi de má fé, achou que tinha direito. Então a gente lamenta.”

O cadastro foi aberto há uma semana para 12 milhões de pessoas com pendências na Justiça Eleitoral. Desde então, 4 milhões delas já conseguiram registrar seus dados.

O presidente da Caixa garantiu que o pagamento da segunda parcela será feito antes de se completarem 30 dias do pagamento da primeira.

Ele anunciou que a partir de sábado 1,9 milhão de trabalhadores informais poderão sacar o dinheiro na Caixa. O banco depositará nas contas, noite desta sexta-feira, dia 24, R$ 1,2 bilhão. Com isso, cerca de 15 milhões de pessoas deverão ser atendidas.

A partir de segunda-feira, dia 27, outros 15 milhões de pessoas que foram estavam fora do sistema financeiro e cadastros em contas digitais gratuitas pela primeira vez poderão começar a sacar a primeira parcela nas lotéricas e terminais de autoatendimento das agências.

Também na próxima semana, o governo deverá começar a pagar a parcela reforçada do Bolsa Família para cerca de 10 milhões de beneficiários.

Cerca de 800 agências da Caixa funcionarão aos sábados e feriados e 1,2 mil funcionarão duas horas a mais por dia, abrindo a partir das 8h. A Caixa contratou 2,8 mil terceirizados de segurança para ajudar a organizar filas nas agências.

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