Davi Fernandes
O novo modelo de empréstimo consignado para trabalhadores com carteira assinada, instituído na última sexta-feira (21), ainda não está disponível de forma massiva nos maiores bancos do Brasil. Apesar disso, a expectativa é de que os principais players do setor, como Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Nubank e Santander, comecem a oferecer o novo produto de forma consistente a partir de 25 de abril. A situação se deve ao fato de que essas instituições estão realizando testes e ajustes em suas plataformas antes de lançar o produto em larga escala.
O empréstimo consignado CLT, conhecido como Crédito do Trabalhador, foi projetado para permitir que trabalhadores com vínculo formal de emprego acessem uma linha de crédito com taxas mais baixas. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) explicou que é comum que os bancos testem e ajustem os sistemas operacionais antes de lançar um novo produto, especialmente quando este tem um grande potencial de alcance, como é o caso desta modalidade, que pode beneficiar até 47 milhões de trabalhadores.
Neste momento, a única instituição que já está disponibilizando o novo crédito de forma ativa é a Caixa Econômica Federal, que oferece a linha por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. As taxas de juros da Caixa variam de 1,60% a 3,17% ao mês, dependendo da análise de crédito do trabalhador. A mesma plataforma também está sendo usada por instituições menores, como o Safra, a Parati (meutudo) e a Facta.
Além das adaptações nos sistemas dos bancos, outro fator que tem gerado desafios operacionais são falhas nos sistemas do governo, como a Dataprev, que inicialmente estava calculando a margem consignável sobre o salário bruto e não o líquido, o que gerava discrepâncias nos cálculos. A Federação Brasileira de Bancos destacou que, apesar desses obstáculos, o setor público e as instituições financeiras estão trabalhando para corrigir as falhas e garantir que o produto seja ofertado de forma eficiente em breve.
Embora a oferta ainda esteja em fase de teste, já é possível perceber o impacto do novo modelo no mercado de crédito. De acordo com dados da Parati, até a tarde de terça-feira (25), foram concedidos R$ 340,3 milhões em empréstimos, com 48 mil contratos fechados.
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