Um dos aplicativos mais populares do Brasil, o WhatsApp está de olho em como pode se tornar ainda mais presente na vida das pessoas – e para isso, a empresa anunciou nesta semana duas novas funcionalidades para a versão corporativa de seu app, o WhatsApp Business. Uma delas será na área de compras: um novo ícone em uma conversa com uma conta comercial permitirá ao usuário ter acesso a um catálogo de produtos – ao conversar com uma confeitaria, por exemplo, ele poderá ver quais bolos estão disponíveis.
A ideia da empresa, com essa plataforma, é facilitar a vida não só dos consumidores, mas também dos empreendedores que usam o WhatsApp. Com um catálogo que pode ser atualizado, não será preciso responder a inúmeras mensagens perguntando “qual sabor de bolo ainda está disponível?”, por exemplo. No futuro, a intenção da empresa é permitir que a ferramenta do catálogo, que já está disponível no app, mas de forma menos acessível, se transforme em uma loja completa, com pagamento feito dentro do próprio aplicativo. Para isso, claro, será necessário que o app tenha aprovação para rodar de serviço de pagamentos – algo que ainda depende do aval do Banco Central no Brasil.
“A esperança é de que possamos usar isso em breve, mas por enquanto lançaremos uma experiência que não envolva os pagamentos”, disse Matt Idema, diretor de operações do WhatsApp, em mesa redonda com jornalistas da América Latina, da qual o Estadão participou. Enquanto a aprovação não vem, o novo ícone chegará ao app em atualizações graduais a partir desta quinta-feira, 22.
Segundo Idema, a integração entre lojas e o WhatsApp poderá ser um passo importante não só para o e-commerce, mas também para o Facebook, que recentemente lançou serviços de loja dentro da rede social e também do Instagram. “Fazer as coisas de forma integrada é algo muito bom e traz o benefício da personalização de conteúdos para o consumidor”, diz. Segundo Idema, hoje mais de 50 milhões de empresas, de todos os tamanhos, utilizam o WhatsApp Business. Além disso, 175 milhões de pessoas interagem todos os dias com alguma conta comercial do WhatsApp.
Infraestrutura
Além do ícone de compra, o WhatsApp anunciou ainda uma nova ferramenta muito importante para as pequenas e médias empresas: a criação de um serviço de hospedagem do Facebook para a infraestrutura de aplicações de negócios a partir de troca de mensagens.
Calma, a gente explica: hoje, grandes empresas que desejam automatizar serviços de atendimento pelo WhatsApp precisam utilizar seus próprios servidores ou então usar uma empresa parceira – caso das brasileiras Wavy e Take ou da mexicana Yalo, para citar três casos conhecidos – para hospedar suas mensagens.
É por meio dessa infraestrutura que diferentes profissionais em uma central de atendimento podem conversar com uma única pessoa, para uma reclamação de um produto feita ao longo de diversas horas. “Hoje, o tempo para a implementação dessa API pode ser demorado e queremos reduzi-lo para que mais empresas possam usar essa solução por meio do nosso aplicativo”, explicou a empresa em um comunicado oficial. “Queremos liderar a indústria e mostrar como isso funciona, de um jeito mais fácil e mais leve”, acrescenta Idema.
É um serviço utilizado por cerca de dezenas de milhares de companhias ao redor do mundo, diz Idema. Com o novo lançamento, a meta é aumentar essa audiência. Segundo ele, o objetivo não é de rivalizar com as startups, que são parceiras do Facebook – de acordo com o executivo, as empresas tem o diferencial de oferecerem outros serviços para seus clientes como automação de serviços, mensagens e integração de conversas com os consumidores (e não somente no WhatsApp).
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