Após vir à tona o caso de Madalena Gordiano, mulher de 46 anos mantida presa e escravizada por 38 anos na casa de uma família em Patos de Minas (MG), o Ministério Público do Trabalho (MPT) constatou que ela recebia uma pensão de R$ 8,4 mil, mas que o dinheiro era usado para pagar a faculdade de Medicina de uma integrante da família Milagres Rigueira.
Segundo as investigações, a renda que deveria ser destinada a Madalena é relativa a um casamento de fachada contraído com um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, tio de Valdirene Lopes da Costa, esposa de Dalton César Milagres Rigueira, acusado de manter a mulher escravizada no decorrer desses anos.
O dinheiro da pensão teria pago a faculdade da filha do casal, Vanessa Maria Milagres Rigueira, formada em 2007 pela Faculdade de Medicina de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Além dessa, outras duas filhas foram beneficiadas com a pensão, apontam as investigações.
Em depoimento dado ao Ministério Público do Trabalho, Dalton declarou ter renda de R$ 10.000,00 como professor universitário e mais R$ 1.300,00 referente a aluguéis. No entanto, relatos de pessoas que conhecem a família mostram que eles ostentavam uma vida de luxo, assim, o MPT concluiu que não seria possível eles gastarem tanto, pagando inclusive o financiamento de um apartamento de luxo, apenas com a renda declarada.
Auxílio emergencial
As investigações também revelaram que a família do professor conseguiu ser beneficiada com o auxílio emergencial do Governo Federal, destinado a pessoas de baixa renda.
Entenda o caso
O caso veio à tona porque Madalena passou a pedir ajuda aos vizinhos. Ela pedia dinheiro emprestado para comprar coisas básicas, como materiais de higiene pessoal, o que despertou a suspeita de escravidão.
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