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Homenagem ao meu pai, médico Newton Nunes

Artigo do sociólogo e escritor Lavonério Francisco de Lima.

Foto: DivulgaçãoNewton Nunes de Lima
Newton Nunes de Lima

Por Lavonério Francisco de Lima

Sociólogo/Escritor

No alvorecer do dia 11 de agosto de 2024, celebrado dia dos pais, o médico do trabalho e anestesista Newton Nunes de Lima, que estava em longo tratamento médico-hospitalar, bastante fragilizado por causa de doenças, foi levado por Deus. Com 77 anos de idade, partiu deste mundo deixando muitas saudades e recordações para seus ente queridos.

O falecimento de um pai é um fato devastador, deixa um rastro de tristeza sem fim, que somente o tempo poderá aliviar tanto sofrimento imensurável. Fica uma sensação estranha de impotência e angústia, diante do passamento dele, que chegou de repente.


Do dia para a noite, fomos jogados num mar de desolação. Pois, com o perecimento do genitor, morre também um pouco do filho. Agora a vida seguirá num tom diferente, talvez um pouco sem brilho, embora deva continuar com todo o seu esplendor.

O escritor Guimarães Rosa, afirmava que tinha o pai dele como uma mina de informações sobre histórias do sertão. Perdemos uma grande fonte de memórias sobre as histórias do Piauí, sobretudo, em relação a política piauiense, que papai era grande conhecedor.

Como o médico e dramaturgo russo Anton Tchékhov, ele viveu atento ao ao âmago do ser humano e aos fatos que surgiam na sociedade. A exemplo do escritor alagoano Graciliano Ramos, conseguia ampliar a visão de mundo do particular para uma extensão universal.

Sendo bastante iluminado, buscou a união dos médicos piauienses na década de 80 do século passado, e através do fortalecimento dos laços de cooperativa do trabalho médico, fundou a Unimed local, sendo seu primeiro presidente.

Machado de Assis, no conto “O Imortal”, publicado em 1882, abordou de forma satírica que a condição humana da eternidade traria como consequência uma existência entediante. Nunca saberemos se fosse oferecido o elixir da vida eterna para papai, se ele iria querer beber, pois acreditava que a morte representa a renovação da vida.

Enfim, seguimos escutando a composição, Requiem Canticles, do compositor russo Igor Stravinsky, em vibração pela elevação espiritual. E ao olharmos para o céu em noites de luar, uma estrela brilhará com bastante intensidade, refletindo a grandeza do espírito de meu pai.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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