Diretor da ESMEPI e Professor da UESPI
O Professor Felismino Freitas Weser, para os que tiveram o privilégio de conhecê-lo, foi uma figura emblemática, de grande expressão para o seu tempo, ou porque não dizer, uma das referências exponenciais da família Freitas, pois do conúbio com a sua terna e extremosa esposa, Celina de Carvalho Mello e Freitas, de quem minha consorte herdou o prenome, foram geradas pessoas proeminentes do Piauí, que deram riquíssima contribuição pessoal à terra mafrensina e a outros recantos deste país gigante. Do Professor Felismino Weser, falecido no limiar de 1985, os seus amigos e familiares guardam um amazonas de boas e inesquecíveis recordações.
Quando cheguei à Teresina, vindo de Oeiras, meu berço natal, ele já era septuagenário e se encontrava aposentado, mas o seu nome e a sua apostolar e entusiástica dedicação à educação piauiense, eram de todos conhecidos. Tive com ele poucos contatos, todavia, acompanhei, de perto, o seu infatigável atuar, como mestre abnegado, como esposo exemplar, como pai zeloso e dedicado, como amigo fiel, amante da lealdade honesta e não servil e da amizade sincera e desinteressada.
Foi um homem do seu tempo, sincero, austero e determinado, que sempre colocou acima dos seus interesses pessoais, a preocupação com a sua família, e o desejo de se impor ao respeito do mundo intelectual do Piauí, a que serviu com inexcedível zelo pastoral. Como pai, avô, esposo e amigo legal, era tido como um homem dócil, afetuoso e bom.
Em verdade, ele não tinha o menor jeito e interesse em externar, facilmente, os seus sentimentos. Sua personalidade forte e a altivez com que se portava, davam a ele a impressão de que não precisava recorrer a palavras ou a nenhum gesto para que percebessem a seriedade e o forte pudor moral, com que agia em casa, na intimidade familiar, com as pessoas do seu convívio e como extraordinário educador. Aliás, seu ciclo de amizade era bastante restrito, mas rico em qualidade, como me informa a sua estimada neta, Celina Freitas de Sousa Moura, minha esposa. Sobre isso não demonstrava a menor preocupação.
O professor Felismino Weser, como já afirmado, deu origem à árvore genealógica dos Mello e Freitas da atualidade. Seus filhos, noras, genros, netos e bisnetos, têm uma rica biografia em todos os campos de atividade na vida política, social e cultural do Piauí e de outros estados. O certo é que Felismino Weser tem o seu nome definitivamente ligado à história da educação no Piauí. Já em Piripiri, onde nasceu, idealizou e fundou o Instituto Arcoverde. Em Floriano, criou uma unidade educacional e foi um dos seus mais destacados lentes. Na Capital do Piauí – Teresina - fez o curso normal, de que era o único aluno do sexo masculino. Aqui, também, foi um dos fundadores do Ateneu Piauiense, que mais tarde passou a ser chamado de Colégio Leão XIII. Além de tal instituição de ensino, fundou o Colégio Demóstenes Avelino e a Escola Técnica de Comércio do Piauí, de que veio a ser patrono anos depois, não por iniciativa própria, mas como homenagem à sua incansável atuação e como pioneiro do ensino privado no Piauí.
Dentre outros, exerceu o cargo de Diretor de Instrução Pública do Estado do Piauí, cargo que hoje corresponde ao de Secretário Estadual de Educação. Recebeu inúmeras, oportunas e justas homenagens. É cidadão honorário de Teresina, em que existe um colégio e uma rua com o seu honrado nome, pelos assinalados serviços prestados ao nosso ensino e educação.
Piripiri, cidade em que nasceu, fazendo-lhe justiça, deu o nome de Felismino Weser a uma das mais movimentadas ruas ali existentes e a sua bem frequentada biblioteca municipal.
Indiscutivelmente, o nome de Felismino Weser, inscreve-se, hoje, como um dos mais importantes, cultos e dedicados educadores, que ajudaram a construir a identidade educacional do Piauí.
Por fim, a história de sua vida, constitui, como ensina, com outras palavras, o insuperável escritor maranhense, Humberto de Campos, uma lição de coragem aos pusilânimes, de audácia aos despossuídos, de esperança aos céticos e derrotados e, assim, um seguro itinerário aos que a perscrutam.
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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