- Foto: DivulgaçãoJúlio César Cardoso
Aqui reside, no Congresso Nacional, um dos gastos da República, que precisam ser corrigidos. Por exemplo, parlamentares federais em desempenho de mandato só poderiam se afastar de Brasília no recesso parlamentar ou em missão oficial. Qualquer trabalhador só se ausenta de sua sede de trabalho em época de férias ou a serviço da empresa.
Por que os parlamentares são tratados de forma diferente? Por que os parlamentares não prestam serviço em tempo integral, ou seja, de segunda à sexta-feira? Por que muitos parlamentares voltam para as suas cidades em pleno expediente da sexta-feira?
O Brasil – um país que precariamente garante direitos sociais e onde gravitam mais de 13 milhões de cidadãos desempregados, sem casa para morar, sem comida e vivendo em lugares insalubres – não pode se dar ao luxo de continuar mantendo a ilha da fantasia Brasília corroendo o dinheiro da nação com despesas monumentais, como as do Congresso Nacional com 594 parlamentares, repletos de mordomias não existentes em categorias trabalhistas brasileiras.
Os parlamentares brasileiros são muito mimados com benesses que custam muito caro ao bolso de cada contribuinte. Deviam eles se espelhar no Parlamento sueco, onde o respeito ao gasto do dinheiro público é exemplo de moralidade, que deveria ser copiado no Brasil.
Por que o parlamentar federal tem de regressar todos os fins de semana aos seus estados, quando o mesmo já recebe moradia funcional para permanecer em Brasília? Por que ele tem direito a carro com motorista, quando deveria pagar de seu próprio bolso a despesa de sua condução ao serviço e sentir na pele o mesmo problema de locomoção dos demais trabalhadores? Por que o parlamentar não pode ir de ônibus ao trabalho? Por que da necessidade de tantos auxiliares e assessores de gabinetes, quando estes deveriam ser concursados e providos em números reduzidos pelo próprio Legislativo? Por que o parlamentar tem o poder de aumentar o seu próprio salário?
A política não pode se transforar na arte de tirar proveito da coisa pública. O político é eleito para representar os interesses da sociedade como um todo e não para se beneficiar.
É possível, sim, reduzir os gastos públicos, desde que os políticos se conscientizem de que foram eleitos para servir e não para se beneficiar.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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