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Jornalista Zózimo Tavares analisa a "guerra declarada" em torno da eleição para Presidência da Assem


Imagem: José Maria Barros/GP1Jornalista Zózimo Tavares(Imagem:José Maria Barros/GP1)Jornalista Zózimo Tavares
Se o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Themístocles Filho (PMDB), ainda tinha alguma dúvida de que a prioridade número 1 do governo Wellington Dias é apeá-lo do comando da Mesa Diretora, essa não existe mais. Ontem, a senadora Regina Sousa, presidente regional do PT, e o secretário de Governo, deputado Merlong Solano, declararam com todas as letras que a eleição do deputado petista Fábio Novo para a presidência da Assembleia é uma decisão de governo.

O próprio governador Wellington Dias já havia sinalizado nesse sentido, ao convidar deputado para seu secretariado ao ponto de abrir vagas para a convocação de nove suplentes só para a Assembleia. A senadora avisou ontem, em entrevista à TV Cidade Verde, que o deputado Fábio Novo não é candidato do PT, mas candidato do governo, é candidato do Executivo. Portanto, os deputados que foram agasalhados em secretarias não devem falhar na hora do voto, foi o seu recado curto e grosso.

Regina Sousa chegou mesmo a defender o fim do voto secreto para eleição da Mesa Diretora da Assembleia, a única proteção de que os deputados ainda dispõem contra a força avassaladora do Poder Executivo em casos como este.

"A gente não gostaria que fosse assim, mas foi preciso ser assim", declarou a senadora, ao justificar o acerto direto do governador com os parlamentares, de forma avulsa, ao invés de negociar com o partido. Regina esclareceu que foi assim porque algumas pessoas tiveram uma postura acirrada que não dava para negociar.

"Em todos os partidos tivemos pessoas que extrapolaram na disputa eleitoral. É preciso ter calma para ver se é possível recompor", observou. A senadora destacou ainda que "há toda uma negociação para compor o governo e aí no primeiro momento o deputado vem e falha, acho que não pode". Ou seja, quem não fechar com a candidatura do governo à presidência da Assembleia, por favor entregue o cargo e peça para sair enquanto é tempo.

O PT está jogando duro pela presidência da Assembleia porque sofreu uma derrota fragorosa na eleição para deputado estadual, nas eleições passadas. Conquanto o governador Wellington Dias tenha sido eleito no primeiro turno, com 63% dos votos, o PT só elegeu três deputados. A sua coligação fez apenas dez dos 30 deputados.

As declarações da senadora Regina Sousa deixaram claro que a montagem do secretariado, com a escolha a dedo de deputados para secretarias, teve como propósito conseguir a presidência da Assembleia, enquanto os eleitores imaginavam que o governador Wellington Dias comporia uma equipe com foco nos interesses do Estado.

*Zózimo Tavares é editor-chefe do jornal Diário do Povo

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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