Cidadão de Vidro

* Por Zé da Cruz

Como sempre digo, preciso de inspiração, tesão, sensação e um pouco de adrenalina para fazer as coisas acontecerem. Acredito na organização, planejamento e ação. Tudo isso abaixo de Deus é claro, oi, vivo, tim, como diria seu Antonio: os quatro cavaleiro do apocalipse dos dias atuais.

No meu tempo de rapaz, celular era coisa como esse “Novo Piauí”: a gente só ouve falar, mas ninguém consegue enxergar . O celular hoje é de extrema importância para a população em todas as faixas etárias, e um meio das operadoras ganharem vultuosas somas com o anel do cliente. Eu mesmo posso dizer que só pago adiantado por um péssimo serviço, sem nenhum investimento, com exceção da venda desenfreada de chips sobrecarregando o sistema. Eu tenho reclamações de todas, salvo a vivo, que é morta em Teresina.

Eu, como a maioria dos brasileiros, não tenho a quem reclamar. Ah, eu ia esquecendo: tem um serviço de C all Center. Sem querer querendo ser irônico, me parece que a mocinha lá é orientada para lhe matar no cansaço até você desistir ou tentar o Celso Russomano.

A Eletropizza, Eletrobrasa, Eletrochoque continua tirando o sono dos piauiense com oscilações constantes, quedas de energia, apagões por dias, postes energizados e outras cositas mais. Do outro lado da ponte, o povo refém dessa cambada amarga prejuízos incalculáveis com a perda de eletrodomésticos, de alimentos perecíveis e de mercadorias como os pequenos comerciantes que não podem ter um gerador. Todo dia morre gente eletrocutada em poste ou em fios caídos na rua, são tantas coisas que se for falar mais haja caneta papel e tempo.

O todo-poderoso diretor, que mora no Rio de Janeiro, veio ao Piauí e deu um cala-boca no cara de tanjo e nos prefeitos isentados das conta com Eletrotaca, e beijinho, beijinho pau-pau. Aqui no Piauí só ficou o Salam fazendo Salada.

Agora vem a pergunta que não quer calar: Cadê a água que tava aqui? O gato filho com o cara tanjo querem beber. Precisamos estar atento com essa tal de subdelegação entregar uma empresa ou melhor, o filé mignon da Agespisa que é Teresina, para, como diz o finado político Mão Santa, um estrangeiro, é fria. Abre o olho Firmino que o povo tá de olho no senhor.

Precisamos esclarecer a população sobre essa tal subdelegação através do debate e do contraditório para saber o que é melhor. Não pode ser na tora, nem empurrado goela abaixo, precisamos urgentemente fazer o debate.

Fico preocupado com esses acontecimentos. Parece que há um claro interesse em prejudicar os serviços essenciais disponibilizados para o povo, e com isso beneficiar quem tem pra vender e quem pode comprar. Talvez pela ausência dos legisladores que se compactuam e se locupletam para prejudicar a população.

Precisamos dar um basta nessa baderna institucional. Tá na hora de quem foi eleito pelo povo seja como o povo e para povo. Lembro que se começarem a quebrar os cidadãos de vidro, com certeza os estilhaços atingirão vocês.

*Zé da Cruz é poeta e liderança comunitária