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*Deusval Lacerda de Moraes

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarDeusval Lacerda de Moraes (Imagem:Reprodução)Deusval Lacerda de Moraes
Se já era enjoativo a discursaria do candidato Firmino Filho (PSDB) para ganhar as eleições de Teresina, ficou ainda pior com a sua incoerência em menos de quinze dias depois de eleito. Na campanha eleitoral do segundo turno, apenas para conquistar alguns desavisados, pregou com o fanatismo de Canudos que em torno da candidatura Elmano Férrer (PTB) existia um “BLOCÃO” de partidos políticos que, para ele e seus asseclas, era nocivo a Teresina por representar os ricos e os poderosos.

Lembre-se, entretanto, que o tal “BLOCÃO” era formado pelo PMDB, que já era coligado do Elmano desde o primeiro turno, e engrossou a fileira no segundo turno o PSB, do governador Wilson Martins, e o PT, do senador Wellington Dias. Ora, Firmino já foi contraditório ao pescar da nova aliança trabalhista alguns rebeldes sem causa sem a menor cerimônia das suas origens partidárias.

Mas não ficou só nisso. Mal passou a ressaca do rancoroso e provinciano discurso da vitória, exemplo de descompasso com a democracia moderna, o tucano saiu correndo para se abraçar com o governador Wilson Martins (dia primeiro de novembro, quinta-feira, no Palácio de Karnak), um dos mais poderosos na sua visão que estava apoiando o candidato petebista, e sorridente, alegremente, apresentou-se ao público teresinense na maior animação.

Sabe-se que o PMDB lançou o candidato a vice-prefeito do Elmano, o deputado federal Marlos Sampaio. E que o PMDB foi aliado do petebista na primeira hora. Sabe-se também que o atual vice-governador do Estado e presidente da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI), Antônio José Moraes Sousa Filho, é prócer político peemedebista, e que representa a força produtiva industrial do Estado que, ao menos em tese, abriga alguns dos ricos da cidade.

Pois bem. No último dia 6 do mês em curso, terça-feira, o prefeito Firmino com a sua equipe de transição para a futura gestão foi despachar no segundo andar do prédio da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI), sem mais apresentar qualquer preconceito de riqueza, pois como num passe mediúnico, num transe, curou-se. E, segundo a imprensa, o local foi especialmente preparado para oferecer toda infraestrutura necessária ao prefeito eleito de Teresina, que vai dispor, além de todo o material necessário, de comodidade para realizar as tarefas do período, que vai até o final do mês de dezembro.

Assim, desume-se que o seu palavreado não passava de retórica programada para chegar ao Palácio da Cidade. Pois Firmino agora assumiu de vez a sua identidade. Foi eleito pelos ricos e disso ninguém tem mais dúvidas quando a sua maioria se consolidou basicamente nos bairros das zonas leste (3.933 votos de maioria) e centro (4.694 votos de maioria) de Teresina, ou melhor, onde residem a classe média alta, os ricos e os poderosos da Capital. Inclusive, bairros onde nasceu e mora o tucano eleito.

Mas daí cabe outras indagações: quem paga a conta? Sabe-se que a FIEPI representa os interesses dos seus associados empresariais que são eminentemente privados, particulares. O prefeito de Teresina representa os interesses da Prefeitura Municipal que são eminentemente públicos e que são atinentes à coletividade, sobretudo aos pobres. É bom lembrar que o atual presidente da FIEPI também tem interesses políticos, pois é vice-governador do Piauí e a sua esposa também é deputada estadual, e se propaga que ao assumir a governo do Estado em 2014, como substituto do governante titular, será candidato natural a reeleição ao cargo de governador do Piauí. Firmino Filho é bem nascido, filho de rico, elegeu-se com a maioria dos votos dos ricos e dos poderosos de Teresina e ainda assim não se conteve foi se amparar em parte dos que ele mesmo chamou de “BLOCÃO” e representante dos ricos e poderosos do Piauí. Sinceramente, sem raivinha nem empáfia dos elitistas tupiniquins, quem estava mesmo com a verdade Elmano ou Firmino? Tire sua própria conclusão.

*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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