Deusval Lacerda de Moraes *
Hoje em dia a administração pública é um emaranhado organizacional que para se obter efetivamente a elevação das condições de vida de toda a população não é tarefa para qualquer mortal. A burocracia é complexa e rotunda; os interesses são imensos e perniciosos; o desperdício é uma constante no dia a dia da administração que encarece a estrutura pública; a corrupção é um ralo permanente de desvio dos recursos; sem se falar da incompetência envolvida direta ou indiretamente na atividade estatal brasileira.
Criou-se o mito de que a polícia ficou para os políticos. Nada disso. Política é tão séria que não pode ficar somente nas mãos dos políticos, pois é responsabilidade de toda a sociedade, coletividade, comunidade. Ela é tão importante que todos devem participar para promover o bem comum, cabendo aos melhores a escolha para a missão de fazer o bem da melhor forma possível.
Para se empreender as transformações que a administração pública se propõe não se pode ficar atrelado a certos preconceitos anacrônicos. Ao bom político não importa o seu estrato social, cor partidária, etnia, raça, religião etc. Nada a ver. O que interessa é a competência. Aí muda. O resto é engodo para manipular a população e os medíocres continuarem a ocupar o lugar de quem realmente tem os pré-requisitos para desenvolver políticas públicas em benefício de todos.
No Brasil, aos poucos, está caindo o corporativismo de que empresário não pode ser político, ou melhor, não pode ser gestor público. Coisa do atraso. Volvendo à história política brasileira, perceber-se-á que em todos os lugares e em todos os cargos eletivos da República geralmente foram exercidos pelos políticos ditos profissionais, que na mesma história registra um rosário de incongruências públicas que lhes é atribuído em total desacordo com as nações com potencial para o desenvolvimento.
Face ao fracasso de grande parte da classe política brasileira, tal discriminação está ficando para trás. Nos Estados Unidos da América isso nunca ocorreu, pois desde a sua independência governa quem é melhor, mais apto. Mas a população brasileira agora está mais desperta para quem tem mais aptidão para o trabalho, realizações, para quem tem experiência comprovada nas suas atividades profissionais, laboriosas, empresariais, quem é mesmo empreendedor. Já se viu os governos Tasso Jereissati, no Ceará, Albano Franco, em Sergipe, e Blairo Maggi, no Mato Grosso.
Nas eleições de 2012, por exemplo, o quadro mudou. O Jornal Valor Econômico, de 30 de outubro de 2012, informa na matéria “Oito milionários conquistam a prefeitura das capitais”, que, daqui para frente, o poder político e a riqueza vão andar de mãos dadas. Pois dos 26 prefeitos oito são milionários (ostentam um patrimônio superior a 1 milhão de reais). No centro-oeste, Cuiabá tem o prefeito mais rico, Mauro Mendes (PSB), cujos bens alcançam R$ 116,859 milhões. No sudeste, o mais rico é o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), com patrimônio de R$ 58,86 milhões. No nordeste, o mais aquinhoado é ACM Neto (DEM) com fortuna de R$ 13,32 milhões. No sul, o maior patrimônio é de Gustavo Fruet (PDT), de Curitiba, com R$ 2,26 milhões, e no norte é Carlos Amastha (PP), de Palmas, com 18,15 milhões.
Mas o prefeito eleito mais rico do Brasil é Otaviano Pivetta (PDT), de Lucas do Rio Verde (MT), com patrimônio declarado de R$ 321 milhões, o dobro da receita municipal de R$ 144 milhões prevista para 2013 na produção de soja, milho e algodão (Jornal Folha de São Paulo de 4 de novembro de 2012).
No Piauí, os políticos profissionais não conseguem modificar a nossa realidade. E as entidades patronais fogem do papel de influenciar nos assuntos públicos com idéias, planos, projetos, estudos, conjunturas e perspectivas para o desenvolvimento do Estado, o que assim quando algum empresário quer participar ativamente do processo político recebe críticas para se profissionalizar na política - diga-se, incorporar os seus vícios - para se credenciar ao eventual exercício do poder. Assim, o Piauí para se desenvolver precisa da união dos seus segmentos sociais, ou seja, daquele que for capaz de fazer um choque de gestão pública e inovar e modernizar o jeito de fazer política no Estado.
* Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
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Hoje em dia a administração pública é um emaranhado organizacional que para se obter efetivamente a elevação das condições de vida de toda a população não é tarefa para qualquer mortal. A burocracia é complexa e rotunda; os interesses são imensos e perniciosos; o desperdício é uma constante no dia a dia da administração que encarece a estrutura pública; a corrupção é um ralo permanente de desvio dos recursos; sem se falar da incompetência envolvida direta ou indiretamente na atividade estatal brasileira.
Criou-se o mito de que a polícia ficou para os políticos. Nada disso. Política é tão séria que não pode ficar somente nas mãos dos políticos, pois é responsabilidade de toda a sociedade, coletividade, comunidade. Ela é tão importante que todos devem participar para promover o bem comum, cabendo aos melhores a escolha para a missão de fazer o bem da melhor forma possível.
Para se empreender as transformações que a administração pública se propõe não se pode ficar atrelado a certos preconceitos anacrônicos. Ao bom político não importa o seu estrato social, cor partidária, etnia, raça, religião etc. Nada a ver. O que interessa é a competência. Aí muda. O resto é engodo para manipular a população e os medíocres continuarem a ocupar o lugar de quem realmente tem os pré-requisitos para desenvolver políticas públicas em benefício de todos.
No Brasil, aos poucos, está caindo o corporativismo de que empresário não pode ser político, ou melhor, não pode ser gestor público. Coisa do atraso. Volvendo à história política brasileira, perceber-se-á que em todos os lugares e em todos os cargos eletivos da República geralmente foram exercidos pelos políticos ditos profissionais, que na mesma história registra um rosário de incongruências públicas que lhes é atribuído em total desacordo com as nações com potencial para o desenvolvimento.
Face ao fracasso de grande parte da classe política brasileira, tal discriminação está ficando para trás. Nos Estados Unidos da América isso nunca ocorreu, pois desde a sua independência governa quem é melhor, mais apto. Mas a população brasileira agora está mais desperta para quem tem mais aptidão para o trabalho, realizações, para quem tem experiência comprovada nas suas atividades profissionais, laboriosas, empresariais, quem é mesmo empreendedor. Já se viu os governos Tasso Jereissati, no Ceará, Albano Franco, em Sergipe, e Blairo Maggi, no Mato Grosso.
Nas eleições de 2012, por exemplo, o quadro mudou. O Jornal Valor Econômico, de 30 de outubro de 2012, informa na matéria “Oito milionários conquistam a prefeitura das capitais”, que, daqui para frente, o poder político e a riqueza vão andar de mãos dadas. Pois dos 26 prefeitos oito são milionários (ostentam um patrimônio superior a 1 milhão de reais). No centro-oeste, Cuiabá tem o prefeito mais rico, Mauro Mendes (PSB), cujos bens alcançam R$ 116,859 milhões. No sudeste, o mais rico é o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), com patrimônio de R$ 58,86 milhões. No nordeste, o mais aquinhoado é ACM Neto (DEM) com fortuna de R$ 13,32 milhões. No sul, o maior patrimônio é de Gustavo Fruet (PDT), de Curitiba, com R$ 2,26 milhões, e no norte é Carlos Amastha (PP), de Palmas, com 18,15 milhões.
Mas o prefeito eleito mais rico do Brasil é Otaviano Pivetta (PDT), de Lucas do Rio Verde (MT), com patrimônio declarado de R$ 321 milhões, o dobro da receita municipal de R$ 144 milhões prevista para 2013 na produção de soja, milho e algodão (Jornal Folha de São Paulo de 4 de novembro de 2012).
No Piauí, os políticos profissionais não conseguem modificar a nossa realidade. E as entidades patronais fogem do papel de influenciar nos assuntos públicos com idéias, planos, projetos, estudos, conjunturas e perspectivas para o desenvolvimento do Estado, o que assim quando algum empresário quer participar ativamente do processo político recebe críticas para se profissionalizar na política - diga-se, incorporar os seus vícios - para se credenciar ao eventual exercício do poder. Assim, o Piauí para se desenvolver precisa da união dos seus segmentos sociais, ou seja, daquele que for capaz de fazer um choque de gestão pública e inovar e modernizar o jeito de fazer política no Estado.
* Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
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