*Deusval Lacerda de Moraes
O ano de 2011 foi uma tragédia para a UESPI. A sua estrutura e funcionamento chegou ao fundo do poço. Foi tão degradada que, para continuar subsistindo, gerou o movimento SOS UESPI. Mas pelo que parece a sua deterioração educacional e cultural não sensibilizou o atual Governo, porque a tendência é continuar na mesma ou, quem sabe, até piorar um pouco. O seu destino é desanimador. Pois o ano de 2012 começou como um pesadelo na UESPI, o teto da Biblioteca do campus Torquato Neto desabou na madrugada do último dia 5, destruindo 20% da sua área física e sendo atingidos cerca de 800 livros. A obra da Biblioteca foi concluída há apenas dois anos, e tinha cinco anos de garantia, mas no ritmo da disfunção técnica como algumas obras são executadas no Piauí, claro, não é atingida a metade do tempo garantido.
É bom lembrar que a Biblioteca é a referência de qualquer instituição de ensino. É através dela que se mede também a tradição e o grau de excelência inclusive das universidades. Porque é na Biblioteca que se avoluma o acervo de toda evolução das ciências e da cultura e que o conhecimento é disponibilizado para todas as gerações. E isso não é de agora. Volvendo à História, quem não se recorda da famosa Biblioteca de Alexandria, o coração da humanidade. Ali os helênicos fundaram a Biblioteca que durante sete séculos, ente os anos de 280 a.C. a 416 d.C., reuniu o maior acervo de cultura e ciência que existiu na antiguidade. E por isso tornou-se uma fonte de instigação em que os homens de ciência e de letras desbravavam o mundo do conhecimento deixando um notável legado para o desenvolvimento da humanidade.
Convém destacar que recentemente em discurso proferido em visita à DARE, instituição norte-americana de enfrentamento de drogas, o governador Wilson Martins disse categoricamente: “Estamos fazendo uma revolução na educação, que também é uma revolução na saúde e na vida social de milhares de piauienses. Nessa visita, estamos vendo o que temos de bom e onde podemos avançar ainda mais. Creio que é uma visita de grande proveito”. Assim como num castigo, no dia em que o governador chegou de viagem dos Estados Unidos ruiu o teto da Biblioteca da UESPI para alertar o governante que aqui no Piauí nunca se deflagrou nenhuma revolução positiva no seu sistema educacional.
Muito pelo contrário, existe por algumas autoridades piauienses até certo descaso com a nossa educação. Cite-se, por exemplo, a emenda parlamentar que suscitou muitas controvérsias ultimamente por destinar os seus vultosos recursos na ordem de 50 milhões de reais para o custeio de transporte escolar no Piauí em 2012, que, como se presume, não influirão em nenhuma revolução educacional no Estado, por não se aplicar nenhum centavo na UESPI, nem na contratação e qualificação de professores nem na estruturação tecnológica das escolas, como na atualidade requer-se para realizar-se eficazmente uma adequada educação.
Por tudo isso, padece-se com o que se passa na educação estadual porque é difícil a sua situação. Se as autoridades tivessem consciência da sua precariedade talvez ainda se mantivesse acesa a esperança numa solução, porque elas se empenhariam na busca dos resultados. Mas quando dizem que está tudo às mil maravilhas, ou seja, que está tudo funcionando revolucionariamente é porque acham que já alcançou grau elevado de escolaridade e aprendizagem, quando não é verdade, e aí a descrença porque pensam uma coisa sendo outra, tanto que os recursos vêm para setores que não são prioridades na aplacação das suas deficiências. Enquanto isso, coitada da Biblioteca da UESPI para enfrentar o atual período de chuvas que não suportou sequer as primeiras ventanias das primeiras águas. E veja que se trata de obra nova, e as velhas?
*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
O ano de 2011 foi uma tragédia para a UESPI. A sua estrutura e funcionamento chegou ao fundo do poço. Foi tão degradada que, para continuar subsistindo, gerou o movimento SOS UESPI. Mas pelo que parece a sua deterioração educacional e cultural não sensibilizou o atual Governo, porque a tendência é continuar na mesma ou, quem sabe, até piorar um pouco. O seu destino é desanimador. Pois o ano de 2012 começou como um pesadelo na UESPI, o teto da Biblioteca do campus Torquato Neto desabou na madrugada do último dia 5, destruindo 20% da sua área física e sendo atingidos cerca de 800 livros. A obra da Biblioteca foi concluída há apenas dois anos, e tinha cinco anos de garantia, mas no ritmo da disfunção técnica como algumas obras são executadas no Piauí, claro, não é atingida a metade do tempo garantido.
É bom lembrar que a Biblioteca é a referência de qualquer instituição de ensino. É através dela que se mede também a tradição e o grau de excelência inclusive das universidades. Porque é na Biblioteca que se avoluma o acervo de toda evolução das ciências e da cultura e que o conhecimento é disponibilizado para todas as gerações. E isso não é de agora. Volvendo à História, quem não se recorda da famosa Biblioteca de Alexandria, o coração da humanidade. Ali os helênicos fundaram a Biblioteca que durante sete séculos, ente os anos de 280 a.C. a 416 d.C., reuniu o maior acervo de cultura e ciência que existiu na antiguidade. E por isso tornou-se uma fonte de instigação em que os homens de ciência e de letras desbravavam o mundo do conhecimento deixando um notável legado para o desenvolvimento da humanidade.
Convém destacar que recentemente em discurso proferido em visita à DARE, instituição norte-americana de enfrentamento de drogas, o governador Wilson Martins disse categoricamente: “Estamos fazendo uma revolução na educação, que também é uma revolução na saúde e na vida social de milhares de piauienses. Nessa visita, estamos vendo o que temos de bom e onde podemos avançar ainda mais. Creio que é uma visita de grande proveito”. Assim como num castigo, no dia em que o governador chegou de viagem dos Estados Unidos ruiu o teto da Biblioteca da UESPI para alertar o governante que aqui no Piauí nunca se deflagrou nenhuma revolução positiva no seu sistema educacional.
Muito pelo contrário, existe por algumas autoridades piauienses até certo descaso com a nossa educação. Cite-se, por exemplo, a emenda parlamentar que suscitou muitas controvérsias ultimamente por destinar os seus vultosos recursos na ordem de 50 milhões de reais para o custeio de transporte escolar no Piauí em 2012, que, como se presume, não influirão em nenhuma revolução educacional no Estado, por não se aplicar nenhum centavo na UESPI, nem na contratação e qualificação de professores nem na estruturação tecnológica das escolas, como na atualidade requer-se para realizar-se eficazmente uma adequada educação.
Por tudo isso, padece-se com o que se passa na educação estadual porque é difícil a sua situação. Se as autoridades tivessem consciência da sua precariedade talvez ainda se mantivesse acesa a esperança numa solução, porque elas se empenhariam na busca dos resultados. Mas quando dizem que está tudo às mil maravilhas, ou seja, que está tudo funcionando revolucionariamente é porque acham que já alcançou grau elevado de escolaridade e aprendizagem, quando não é verdade, e aí a descrença porque pensam uma coisa sendo outra, tanto que os recursos vêm para setores que não são prioridades na aplacação das suas deficiências. Enquanto isso, coitada da Biblioteca da UESPI para enfrentar o atual período de chuvas que não suportou sequer as primeiras ventanias das primeiras águas. E veja que se trata de obra nova, e as velhas?
*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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