*Benedito Carlos de Araújo Júnior
Quase ninguém acredita mais no discurso sobre Teresina ser a capital mais pacata do Brasil. Mesmo com todo o tempo que o secretário estadual de segurança dispõe na mídia televisiva para vociferar esse engodo. Promíscua união entre mídia paga, descomprometida, acrítica rendida a homem público sem traquejo.
O número de homicídios é o critério único usado para classificar a pacata cidade, e, mesmo assim, o Mapa da Violência do Ministério da Justiça 2011 mostra Teresina na 22ª posição, acima de Campo Grande; Boa Vista; Florianópolis; Palmas; e São Paulo, a 6ª “mais violenta” em 1998, aparece agora como a “mais pacata”.
A fraude do secretário de segurança fica mais evidente se considerarmos outros elementos da criminalidade violenta: roubo, sequestros, agressões físicas, violência doméstica. Os ladrões da cidade sentem-se à vontade para roubar em pleno dia, humilhando mulheres, estudantes, idosos: “Passa tudo, vagabunda!”
Nesta cidade, bandidos não têm medo e os cidadãos estão apavorados. Os pais não sentem segurança para deixar seus filhos irem à escola sozinhos, a pé, nem que a escola seja próxima, e isso causa uma cadeia de transtornos.
Por ser o pedestre mais exposto à criminalidade, cada vez mais pessoas compram carros; essa reação cria outros problemas, ambientais, congestionamentos, aumento de vítimas de acidentes de trânsito. Teresina aparece no Mapa da Violência, já citado, em 5º lugar em taxas de morte por acidentes de trânsito. As ações de combate à violência no trânsito são responsabilidade da secretaria de segurança. Definitivamente, esta não é uma cidade pacata.
Na última greve, policiais civis organizaram movimento pedindo a saída do secretário de segurança. O secretário ficou sem legitimidade ante seus comandados. Quando um comandante perde o respeito da tropa, qualquer guerra estará perdida.
O homem de governo precisa possuir inteligência, polidez, competência e respeito à ordem democrática. O estilo do atual secretário é arcaico, ele parece um xerife, truculento e desprovido das virtudes do moderno gestor público.
O cargo é político, e o governador não pensará no interesse público, colocando no cargo alguém apto. Então, aproveita o efeito Palocci e “pede pra sair, policial”!
*Benedito Carlos de Araújo Júnior é professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Piauí
//professorbeneditoufpi.blogspot.com/
Quase ninguém acredita mais no discurso sobre Teresina ser a capital mais pacata do Brasil. Mesmo com todo o tempo que o secretário estadual de segurança dispõe na mídia televisiva para vociferar esse engodo. Promíscua união entre mídia paga, descomprometida, acrítica rendida a homem público sem traquejo.
O número de homicídios é o critério único usado para classificar a pacata cidade, e, mesmo assim, o Mapa da Violência do Ministério da Justiça 2011 mostra Teresina na 22ª posição, acima de Campo Grande; Boa Vista; Florianópolis; Palmas; e São Paulo, a 6ª “mais violenta” em 1998, aparece agora como a “mais pacata”.
A fraude do secretário de segurança fica mais evidente se considerarmos outros elementos da criminalidade violenta: roubo, sequestros, agressões físicas, violência doméstica. Os ladrões da cidade sentem-se à vontade para roubar em pleno dia, humilhando mulheres, estudantes, idosos: “Passa tudo, vagabunda!”
Nesta cidade, bandidos não têm medo e os cidadãos estão apavorados. Os pais não sentem segurança para deixar seus filhos irem à escola sozinhos, a pé, nem que a escola seja próxima, e isso causa uma cadeia de transtornos.
Por ser o pedestre mais exposto à criminalidade, cada vez mais pessoas compram carros; essa reação cria outros problemas, ambientais, congestionamentos, aumento de vítimas de acidentes de trânsito. Teresina aparece no Mapa da Violência, já citado, em 5º lugar em taxas de morte por acidentes de trânsito. As ações de combate à violência no trânsito são responsabilidade da secretaria de segurança. Definitivamente, esta não é uma cidade pacata.
Na última greve, policiais civis organizaram movimento pedindo a saída do secretário de segurança. O secretário ficou sem legitimidade ante seus comandados. Quando um comandante perde o respeito da tropa, qualquer guerra estará perdida.
O homem de governo precisa possuir inteligência, polidez, competência e respeito à ordem democrática. O estilo do atual secretário é arcaico, ele parece um xerife, truculento e desprovido das virtudes do moderno gestor público.
O cargo é político, e o governador não pensará no interesse público, colocando no cargo alguém apto. Então, aproveita o efeito Palocci e “pede pra sair, policial”!
*Benedito Carlos de Araújo Júnior é professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Piauí
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*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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